Assistimos a 3º temporada de “Succession”

“Succession” tem sido o carro chefe de premiações da HBO e merece tal título. Uma produção tão fora da nossa realidade que a imagem construída sobre as pessoas da história soam ser muito reais, principalmente nos moldes sociais que a própria série os colocam.
Seguindo o pretexto das duas últimas temporadas, a terceira consegue carregar o sucesso construído anteriormente. Mesmo tendo um episódio a menos, fecha muito bem seus arcos e explora temas que não havia abordado antes.
Como a perturbada mente de Kendall e como vem sido recorrente suas crises desde a primeira temporada, algo que a série resgata que são membros da família um contra o outro e mais do que nunca, a série parece ter saído daquela fase de introdução, que geralmente são os maiores problemas das séries atuais.
Gostei que essa temporada não deu tanta atenção pra Shiv quanto na segunda, ela é uma peça fundamental da série claro, mas já foi tratada como personagem principal.
Gostei de terem colocado de fato um rumo para o Roman, os seus altos e baixos nessa temporada são excelentes.
Os personagens secundário também funcionam muito bem, como o Frank, a Gerri (que se torna quase uma principal em um ponto aqui).
Único personagem que creio que a série erra desse a primeira temporada é o Greg. Aquele papo da pessoa inocente que se aproxima da família rica, funciona a primeira vista. Mas é quase inaceitável acreditar que ele continua quase a mesma pessoa, a mesma inocência. O personagem em si não é o problema, tanto que é um dos meus favoritos, mas sim, o rumo que criam para ele.
Meu episódio favorito é o sétimo, onde é o aniversário de 40 anos do Kendall. Nossa, a ficha caiu muito ali. Foi o ápice da sua degeneração mental, tudo isso próximo do climáx final da série funciona perfeitamente.
Ainda acho que a série continua seguindo a sua premissa inicial e que continua funcionando; mostrar pessoas ricas se ferrando.
De uma certa forma, a série faz uma releitura dos grandes grupos bilionários conservadores e lentamente, a sua queda e fim eminente.
Mesmo que tanto o fim da 1° quanto da 2° temporada tenham sido de fato melhores, o da temporada atual é mais bem trabalhado. Ao invés de ser aquele choque emocional, a reviravolta, é a realidade arcada com as próprias consequências dos personagens.
Se nada havia sinalizado um possível fim da série como conhecemos, a terceira temporada muda isso, com um final que muda totalmente o seu rumo e futuro. Talvez não seja a melhor temporada até agora, mas com certeza é a mais importante.
Muito ansioso para a próxima temporada.

Sobre Lucas Corsi 8 artigos
Estudante de Ciências Contábeis, especializado em críticas de cinema, música e video-game.