Semana da Mulher: Miauzita conta como foi o começo das lives e os planos para o futuro

Esta semana, conversamos com a streamer Miauzita, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, e vamos mostrar para vocês como foi o papo, para conhecermos mais ela!

 

A streamer tem 22 anos, cursa psicologia e faz estágio acompanhando o time de League of Legends (LoL) e Valorant da universidade, como psicóloga. Ela conclui a graduação esse ano e escolheu psicologia por gostar muito de observar o comportamento das pessoas. 

Tem interesse na área do E-Sport, como psicóloga dos times, e vê oportunidades por conta da evolução do segmento dentro das organizações, mas não descarta a possibilidade de levar a live stream para frente.

O tempo que ela não fica no computador gosta bastante de ler livros, hoje em dia mais focados nos assuntos da psicologia, e também, ver séries e filmes, atualmente assistindo “The Office”. 

 

A Miau, como a maioria das pessoas a chamam, começou a jogar LoL em 2015 e a assistir lives em 2016. A streamer acompanhava muito as lives da Tawna, da Riyuuka também, e por isso, se interessou muito pela criação de conteúdo online. Mas seu notebook não tinha capacidade para jogar e fazer lives ao mesmo tempo (talvez, o maior problema de streamers iniciantes). E como iria começar a estudar para vestibular no ano seguinte, deixou um pouco de lado a ideia de comprar um computador melhor. Aproximadamente dois anos depois, Miau continuava jogando no computador e decidiu voltar com a ideia das streams, guardou dinheiro por um ano e conseguiu comprar o computador em 2019.

No início das lives, ela estava muito empolgada, no primeiro dia fez 12 horas de live, mas não conseguia fazer todos os dias por conta dos compromissos com a universidade. Por isso, ficava difícil criar uma comunidade, ter pessoas que estavam ali sempre que ela fazia live. Mas a quarentena ajudou nesse ponto, pois ela conseguiu criar uma constância maior nas lives, ficando, mais ou menos, sete horas ao vivo todos os dias. Assim, tendo mais espectadores fixos. E aos sábados, um diferencial, ela assiste filmes com os espectadores.

O principal jogo da live é o LoL, mas ela gosta de jogar outros jogos, para interagir ou jogar com quem está assistindo. Antes, até tinha um cronograma para jogar um game em cada dia, mas com o tempo isso não foi ficando confortável, por ser o dia de um determinado jogo, mas ela querer jogar outro. E em relação a isso, tem o público que está assistindo por conta do jogo, e ela comentou sobre isso: “tem uma diferença no público que assiste cada jogo e isso muda, também, em relação ao horário.”

Conversando sobre como era “conversar com a webcam”, Miau disse que não teve problemas com isso, pois no começo eram poucos espectadores, então se acostumou a conversar desse jeito. Mas disse que hoje em dia toma mais cuidado com as coisas que ela transmite, porque as pessoas podem julgar o conteúdo por ela estar cursando psicologia, com aqueles mitos de que psicólogos são sérios, não podem ter problemas, não podem passar raiva, etc.

 

A plataforma que ela optou por começar a streamar foi a Twitch, por ser a plataforma mais conhecida e mais fácil de se começar uma live.Sobre as regras da plataforma – que é um assunto muito comentado hoje em dia –, a streamer disse: “Acho que cada caso é um caso, pois como no caso da Tay Yukimi, eu achei um absurdo o motivo do ban [a streamer foi banida porque foi receber seu almoço e sua filha apareceu e interagiu na live]. Mas outros merecem, pois são tóxicos e deixam o chat assim também. Isso atrapalha outras streams, pois quando esse espectador está em outra live, ele acha que pode agir da mesma forma.” 

Falando um pouco mais sobre a plataforma, conversamos sobre o rerun (o streamer grava as lives e depois transmite novamente, como se estivesse online). Miau comentou: “Acho mancada quando não usam a ferramenta para fazer isso e transmitem como se estivessem ao vivo”. Muitas não gostam disso também, por conta das propagandas, porque a pessoa não estava online, de verdade, mas ganhava com os anúncios que passavam no meio da live.

 

Então, entramos no assunto das mulheres no mundo dos games. Sabemos que elas não têm muita tranquilidade, e que às vezes sofrem com o tratamento que recebem, e Miau comentou sobre isso: “Não tenho problema com a minha comunidade, são meus brothers! Mas se vejo algo ruim, considero que são crianças, mesmo tendo 40 anos, porque para a pessoa perder tempo para vir te xingar, ela não tem nada melhor para fazer. Na verdade, isso é triste”. 

Ela comentou sobre a última onda de “exposeds” (confissões de vítimas de abusos) que ocorreram no cenário de e-sports. Muitos pro players que foram acusados de abusos continuam nos times, continuaram a vida como se nada tivesse acontecido. Ela citou o caso, recente, de uma menina que foi assassinada por um “amigo” que jogava videogame junto com ela, comentou que fica com um pouco de medo, e completa: “Mas a gente precisa continuar! Porque se fugirmos, quem vai falar que é errado se todos estiverem escondidos?”. E, também, comentou casos em que as mulheres sofreram ataques para que os patrocínios ou contratantes terminem parcerias com elas. São situações tristes, mas são exemplos assim que fazem a comunidade entender que ainda tem muita coisa para melhorar. 

Até mesmo já aconteceu uma situação dessa natureza com a streamer. Em uma partida de LoL, ela chamou a atenção do time inimigo e falou para o time dela ir fazer um objetivo do mapa, mas não deu certo. Então começaram a falar que não deu certo porque seguiram a ideia de uma “mulherzinha”, que por conta disso não tinha mulheres em times profissionais. Miau disse que, nessa situação e em outras parecidas, não pensa duas vezes em reportar o jogador e mandar um ticket de reporte para a empresa do game.

 

E para finalizar, conversamos sobre o futuro da carreira dela. Ela comentou que faz parte do time de LoL da universidade, as Racy Panthers, mas só pela competição, não pensa em ser pro-player. E também, ela pensa que as meninas pro-players não deveriam ter os times femininos como fim, mas como meio para ganhar visibilidade e confiança alcançar o cenário competitivo.

Mas agora, o foco da Miau é terminar a graduação, e depois, estipular um período de alguns meses para se dedicar totalmente às lives (o sonho dela), buscar patrocínios e ter horários certos para as lives. Mas também, ela está gostando muito do segmento de psicologia no e-sport. Então, independente do caminho que vai seguir, estará na área que ela ama.

 

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