CRÍTICA: FUJA! Um suspense ideal para prender você

“Uma produção que você quer ajuda e conversar com os personagens”

Muito mais que um suspense e menos que um terror, uma mescla de sensações múltiplas pode definir o que é FUJA (RUN em seu título original). Uma produção que possui seus erros e acertos, uma produção humana, mas que não fica atrás de muitos filmes originais de sua detentora Netflix com participação dos estúdios Lionsgate. 

Um desfecho rápido, no início você já sabe o que a história conta, o que aconteceu para os personagens estarem em suas condições, entende na metade e só espera a conclusão, uma produção que não te enrola para contar os detalhes e te faz entender a situação, esperar ansiosos o final da trama e ainda sim se surpreender com o final. 

Sinopse:

Em Fuja, Chloe (Kiera Allen) é uma adolescente que sofre de inúmeras doenças, inclusive paralisia, que a colocou em uma cadeira de rodas. Ela é educada em casa por sua mãe, Diane (Sarah Paulson), e aguarda a carta de resposta da faculdade. No entanto, o comportamento estranho apresentado pela matriarca começa a deixar a jovem desconfiada de que algo está errado. Quando encontra um remédio receitado para a mãe, a jovem passa a questionar tudo o que Diane faz, suspeitando que algo muito mais sinistro está por trás de tudo. (Adoro Cinema)

“Um filme que te prende, te surpreende e você quer rever”

FUJA não é só amar ou odiar, o meio termo existe aqui e os pontos podem ser apontados! A melhor coisa do filme sem dúvidas é a atuação sem qualquer defeito de Sarah Poulsen e para muitos que não conhecem seu trabalho, American Horror Story e sua participação em todas as temporadas da série com diferentes personagens e a enfermeira Ratched, produção Netflix. Poulsen é uma atriz completa e que tem um poder de te prender em frente a qualquer coisa. Se ela não fosse a escolhida para o papel principal de Diane, provável que outra atriz estragasse totalmente o filme. 

E o protagonismo do filme fica por conta da estrela, Kiera Allen, uma revelação do cinema, Allen aos 22 anos, é cadeirante desde 2014 e após essa informação, cenas na qual ela se arrastava no telhado, caindo das escadas e todo esforço braçal que a atriz faz, é muito mais que uma encenação, uma superação, mais dramaticidade para uma deficiente física que precisa fugir, uma atriz cadeirante fez com que FUJA se tornasse ainda mais intenso. 

Cortes rápidos, poucas cenas em público, poucos personagens e principalmente os desnecessários. Takes na farmácia de Chloe descobrindo sobre seu remédio, um anestésico canino, os gritos e ações rápidas, a inquietação de Diane, constante medo e os desdobramentos, constroem um filme sólido e de sucesso. 

Diane (Sarah Poulsen) e Chloe (Kiera Allen) formam uma dupla impecável e deveriam atuar mais vezes juntas, quem sabe em AHS. O carteiro, (Pat Healy) obviamente iria morrer e fica como um personagem secundário que sempre de dá mal tentando ajudar a mocinha. Aproveitando a alfinetada, a cicatriz que Diane possui em suas costas, não foi explicado e isso intrigou demais muitos espectadores, talvez a interpretação pessoal ou imaginação seja necessária.

Cenas fortes e marcantes, desde o bebê no início, ao hospital e intubação de Chloe, o tiro em Diane e os remédios diários, abusos psicológicos, dramas da espera por uma carta até o grande descobrimento no porão.

A loucura, obsessão, ciúmes, sentimento de poder e dominação sobre algo ou alguém, FUJA é mais do que um roubo de uma criança e a transformação, para o mal, da vida de uma pessoa, possui o lado reflexivo e especial, uma hora e meia de respiração ofegante e atenção redobrada, um filme que você deveria comentar sobre e ficar de boca aberta igual Diane na prisão, sofrendo a vingança de sua filha Chloe. 

Sobre Klaus Simões 440 artigos
Jornalista pela FIAM, Técnico em Comunicação Visual pela Etec de São Paulo, especialista em coberturas de eventos, esportivas e musicais, geek e alternativo. Responsável pelo NEXP Podcast.