“Fate: A Saga Winx” entrega tudo o que prometeu

A produção da Netflix gera controvérsias entre a crítica e o público 

 

Fazendo parte da nova onda de live actions, “Fate: A Saga Winx” estreou no último dia 22, na Netflix.  E para os fãs que estavam esperando que a série fosse fiel a animação, à la Rei Leão (2019), houve um certo desagrado. 

No primeiro episódio, somos apresentados às seis fadas que compõem o grupo principal da trama. São elas: Bloom (interpretada por Abigail Cowen, fada do fogo), Terra (Eliot Salt, fada da natureza), Aisha (Precious Mustapha, fada da água), Beatrix (Sadie Soverall, fada do ar), Stella (Hannah van der Westhuysen, fada do Sol) e Musa (Elisha Applebaum, fada da mente).

Logo no início, percebemos algumas mudanças: Flora, a fada da natureza no desenho original, não está presente na série e seu poder é representado pela personagem “Terra”, que diz ser sua prima. Aisha é representada por uma mulher negra, já Terra e Musa foram acusadas de terem sofrido “whitewashing”. Isto é, escalar atores brancos para interpretarem personagens de outras etnias, neste caso latina e asiática, respectivamente. 

Uma das partes mais esperadas seria a transformação Magia Winx”, cena marcante e icônica do desenho, que não acontece na série. O tom do enredo é modificado pelos roteiristas, que acrescentam nuances sombrias com o uso de drogas, atividade sexual, bullying, violência explícita e genocídio, e retiram as asas e as roupas-fantasia. 

 

Contudo, o público-alvo das duas produções se diferem, já que a animação é infantil e o live action é para maiores de 16 anos. Com isso, fica claro o porquê da inclusão de temas mais complicados e exclusão de características lúdicas, pois o diálogo com o telespectador é necessário. 

Criticada por ser superficial, a trama deixa de aprofundar na explicação deste universo paralelo, chamado de Outro Mundo. O internato Alfea, os vilões chamados de “Queimados”, o contexto da vida da protagonista Bloom e suas intenções ficam esquecidos perante os mais diversos perigos e tramoias que as fadas enfrentam ao longo da história. 

Mesmo com estes problemas, o ponto principal é atingido. Quando se começa a assistir, é difícil parar. Os efeitos especiais não são imaculados, mas divertem e se relacionam com outros seriados de sucesso, como “Avatar: A Lenda de Aang”. 

As personagens têm suas histórias contadas ao longo dos episódios e isso surpreende quem tinha uma opinião formada sobre aquela figura. A patricinha cruel e mimada Stella possui um passado mais problemático do que se esperava, assim como a descolada anti-social Musa. Isso faz com que a dualidade “mal e bem” seja desconstruída, mostrando que todos ali possuem os dois em si. A perspectiva humana de acerto e erro é incorporada em quase todos os plots

O final catártico traz mais perguntas do que respostas, que esperamos que sejam respondidas na próxima temporada. Entretanto, isso não diminui a qualidade da cena, com um elemento final muito pedido pelos fãs. Por fim, a série entrega o que promete:  uma trama adolescente, boa para passar o tempo e esvaziar a mente das demais problemáticas do dia-a-dia. 

“Fate: A Saga Winx” está disponível na plataforma de streaming Netflix, conta com seis episódios de aproximadamente 50 minutos cada.