Cinco Razões para Jogar Chrono Trigger

Como um jogo revolucionário em 1995 continua sendo relevante

O Super Nintendo fez o que muitos não esperavam que o fizesse: popularizou o RPG japonês no ocidente. Houve tentativas antes, de relativo sucesso, mas quem trouxe esse bahamute de um gênero que até hoje movimenta cópias para todas as plataformas disponíveis, foi ele. Um dos muitos jogos que ele trouxe para os lados de cá foi essa gema de um jogo, Chrono Trigger.

Criado por um time dos sonhos reunindo algumas das melhores pessoas envolvidas com o gênero, Chrono Trigger é até hoje mencionado nas listas de melhores jogos de RPG de todos os tempos. Por isso, fizemos uma lista com as cinco razões para você não deixar um dos jogos mais icônicos de todos os tempos de lado.

A História ou “Por que estamos juntando pontos para comprar um clone do protagonista?”

Escrita por Masato Kato, um dos contribuidores do script de Final Fantasy VII, a história de Chrono Trigger é simplesmente perfeita. Começando na pequena cidade de Truce, Crono, um jovem aventureiro, decide ir ver a invenção de Lucca, sua amiga cientista, na Feira do Milênio, criada para comemorar um milênio da existência da cidade.

Você encontra Marle, uma menina loira e cheia de energia, que pergunta se pode andar com você pelo evento. Logo após, numa demonstração da invenção de Lucca – um teleportador –, Marle é jogada dentro de um portal desconhecido e some. O que começa de forma pacífica escala rapidamente para uma viagem que vai desde a era pré-histórica com a ajuda de Ayla, uma líder de tribo, até o final dos tempos, onde não há nada além de um beco no vazio da pós-existência!

A Jogabilidade ou “É como explorar um mundo que pode virar um RPG tático a qualquer momento!”

Tudo reflete nisso: um jogo não é nada sem a jogabilidade, é claro. Como designers principais, Hironobu Sakaguchi, criador da aclamada série Final Fantasy, e Yuji Horii, criador de um dos pilares do gênero Dragon Quest, fizeram tudo para dar aquele clima especial de uma aventura épica de ponta.

Fora das batalhas, você pode explorar o mundo do jogo em diferentes eras, onde o jogador vê as diferenças entre os momentos e como cada evento afetou cada época. Nas batalhas, um dos focos do jogo, sai um pouco das convenções do gênero com um sistema de tempo diferente: um personagem com velocidade mais alta pode atacar várias vezes antes do inimigo reagir. Além disso, com magias que só podem ser utilizados com certas duplas no seu grupo, as combinações são várias e organização se torna necessária. Mas tem que ter estratégia e ser cuidadoso: alguns inimigos têm contra-ataques que podem te pegar de surpresa!

A Arte ou “Tem um anime disso?”

Qualquer pessoa que tenha crescido na década de 90 rapidamente reconhece o estilo da arte do jogo e sente aquela nostalgia gostosa. Akira Toriyama, criador de Dragon Ball, foi responsável pelo concept art e pelo design dos personagens. Apesar de característico – acho que a primeira impressão que todos tem do protagonista é que ele é um Goku light –, é muito bem-feito.

Os gráficos dos ambientes são alguns dos melhores que o Super Nintendo tinha a oferecer, com cada ambiente representando exatamente a época em que você se encontra e o quão seguro você está. Em Medina, na época moderna, o clima é campestre e relaxante, mas no futuro pós-apocalíptico, a terra queimada e a tecnologia enferrujando capturam perfeitamente o sentimento de desespero.

A Música ou “Eu não estou chorando ouvindo essa versão orquestrada, você está!”

Eu sei, é um detalhe pequeno. A música desse jogo, composta pelo John Williams do J-RPG, Nobuo Uematsu, é uma das melhores trilhas sonoras de game de todos os tempos. De alguma forma, o compositor conseguiu encapsular cada momento e cada tema com as características exatas dos personagens e dos momentos.

Seja com a triunfal “Frog’s Theme”, um clássico do jogo que traz à tona temáticas medievais com uma flauta embalando as características melancólicas do homem transformado em sapo; ou com a brincalhona “Delightful Spekkio”, que lida com o lado mais divertido da situação incrivelmente calamitosa que os personagens vivem. Tem até músicas feitas para arrancar lágrimas, como “A Distant Promise”, que dobra como o tema da Marle, ou “At the Bottom of the Night” que juntam a tristeza com a incerteza do mundo ao redor.

As Inovações ou “Como assim não tinha nada disso antes? Que que eles estavam fazendo?”

Além do combate que mistura elementos dos rpgs clássicos de turno com os action rpgs que a Enix fazia na época – como o clássico Illusion of Gaia –, existem algumas inovações que até hoje não se repetiram no mercado dos jogos. E alguns deles nem são spoiler!

Cada momento importante da história dá ao seu arquivo um nome diferente: quando você está na feira do milênio, no seu save aparece “Feira do Milênio”, quando você está indo ver o guru que fica na montanha flutuante presa por uma corrente mágica, aparece “O Guru no Mt. Woe”. Caso você decida no meio do jogo enfrentar o chefe final, o final será diferente, de acordo com o que você ainda não fez no jogo. Um dos treze finais do jogo acontece quando você zera antes de um combate decisivo com os dinossauros, então todo mundo no planeta é um dinossauro!

Espero que essas razões tenham te feito correr atrás de formas de jogar essa obra prima da quarta geração de video-games. A Steam recentemente lançou uma versão remasterizada e definitiva do jogo (você pode conferir aqui), ou você pode jogar as versões de SNES, Playstation ou Nintendo DS em qualquer lugar que você normalmente jogue esses jogos. Divirta-se viajando pelo tempo – tanto 1995 quanto pela era da magia!