A Era de Ouro da Disney

       83 anos depois de seu lançamento, a The Walt Disney Company se tornou uma das principais empresas quando o assunto é animação. Todo seu sucesso faz parte de um caminho que se iniciou na década de 30, que é conhecida hoje como a Era de Ouro.

       Antes de lançar seus longas-metragens, o Walt Disney já fazia sucesso com seus curtas-metragens, tanto que foi nessas animações que personagens icônicos surgiram, como, o próprio Mickey e sua turma. 

      “Era” é o nome dado a um conjunto de filmes lançados em uma certa época. A “Era de Ouro” foi um período de 1937 a 1942, se tornando a primeira “Era” da Disney, contendo os filmes “Branca de Neve e os Sete Anões”, “Pinóquio”, “Fantasia”, “Dumbo” e “Bambi”.

    Apesar  do nome, só “Branca de neve” e “Dumbo” fizeram sucesso nas bilheterias, o principal fator para os outros terem fracassado foi a Segunda Guerra Mundial. Porém, o “Ouro” adicionado ao seu nome, não é só pelo fato de ser a primeira, mas pelas novidades e inovações que os filmes trouxeram em técnicas, cores e, principalmente, o som.

     Pelo fato da grande maioria dos filmes serem musicais, foi criado um sistema de som chamado “Fantasound”. Essa inovação tornou os longas (principalmente o filme “Fantasia”, por causa da orquestra presente) os primeiros filmes de animação com som estéreo. Algumas técnicas de gravação de voz, usadas até hoje, foram melhoradas, por exemplo, a gravação multitrack(é quando se consegue gravar várias faixas), redução de ruído e overdubbing(é uma técnica que possibilita a gravação em cima de algo pré-gravado). Com todo esse novo sistema de som, os cinemas que receberam os longas tiveram que ser adaptados e ter instalado o sistema “Fantasound”.

O sistema “Fantasound” sendo instalado no cinema

 

Branca de neve (1937)

     Baseado em um dos contos presentes no livro “Kinder-und Hausmärchen” dos irmãos Grimm, “Branca de neve” foi o primeiro longa-metragem animado da história da humanidade. Apesar de todas as dúvidas, principalmente por ser novidade, o filme fez muito sucesso logo de cara, arrecadando mais de 8 milhões de dólares já nas primeiras semanas de lançamento, rendendo um Oscar Honorário para o Walt Disney.

O Oscar Honorário da Branca de Neve

       

Pinóquio (1940)

Criado pelo autor italiano Carlo Collodi, Pinóquio teve um orçamento de 2,3 milhões de dólares, porém, mesmo sendo aclamado pela crítica, a Segunda Guerra afetou a “migração” do filme para países da Europa e Ásia. Assim, gerando um prejuízo de 1,3 milhões para a Disney. Apesar do dano, “Pinóquio” é o filme com mais novidades em técnicas para dar um efeito em 3D, principalmente nas cenas que contém água, e no trabalho de cores.

Fantasia (1940)

  Na década de 40, a popularidade do Mickey Mouse caiu, então, o Walt Disney, para mudar isso, tinha planos de produzir um novo curta, com a ideia inicial de um Mickey feiticeiro, acompanhado de música clássica. Acabou que esse projeto tomou outra proporção, e com o investimento de 2,2 milhões de dólares, o filme consiste em uma junção de oito curtas, acompanhados de música, conduzida pelo maestro Leopold Stokowski. Apesar do sucesso com a crítica, o público não aprovou o filme, fazendo o longa-metragem se tornar um fracasso de bilheteria.    

Dumbo (1941)

  Em consequência ao fracasso dos filmes anteriores, o Walt Disney orientou a equipe a manter as coisas o mais simples possível, tanto que “Dumbo” é o filme mais curto da Disney com apenas 64 minutos de duração. A ideia dessa história surgiu em 1939, quando o diretor da área de merchandising apresentou o livro, escrito por Helen Aberson e Harold Pearl, para o Walt que logo adquiriu o direito da obra. 

    Todas as inovações feitas nos filmes anteriores não se encontram nesse longa-metragem, com o orçamento de 950 mil dólares. “Dumbo” arrecadou mais de 1,3 US$ milhões e chegou a receber um Oscar de Melhor Trilha Sonora de um filme musical, além do prêmio de Melhor Design de Animação no festival de Cannes em 1947.

Bambi (1942)

  E por fim, mas não menos importante, “Bambi” originalmente seria o Segundo filme a ser lançado pela Disney, porém a equipe de roteiristas teve problemas na hora de adaptar a história, baseado no livro de Felix Salten, por ser muito adulta. Em adição, os animadores também tiveram dificuldades em deixar os animais com movimentos mais realistas, que era um desejo do Walt Disney. Mesmo com um orçamento de 858 mil dólares, o longa-metragem é muito mais artístico que “Dumbo”, por exemplo.

     Bambi, assim, encerra a Era de Ouro, a partir daqui, surge um novo foco e caminho da Disney, nasce a “Era da Guerra”. Mas isso já é assunto para outra matéria.