Spectros | crítica da nova série brasileira da Netflix

Spectros é uma série de mistério, com elementos de fantasia e terror da cultura japonesa, cuja história se passa no bairro da Liberdade, em São Paulo. A história é co-escrita e dirigida por Douglas Petrie, responsável por “AHS: Coven” e “Buffy: A Caça Vampiros” e só isso é uma baita promessa. Mas será que os resultados cumpriram o prometido? 

A escolha de incluir elementos sobrenaturais de origem japonesa deve ser aplaudia: esse tipo de iniciativa é incomum no audiovisual brasileiro, então é bom ver que há produtores querendo investir nisso e sair do óbvio no cenário nacional. Que venham mais. A narrativa também da conta do recado de transmitir o mistério de forma a interessar o espectador e despertar curiosidade.

No entanto, a pontos falhos. Impossível ignorar o diálogo pouco fluido, que por vezes parece mecanizado e robótico. Além disso, a narrativa carece de uma certa sofisticação que esse tipo de história requer. Um exemplo bem simples: em sua maioria, os personagens principais tinham pouco ou nenhum envolvimento com a espiritualidade e o sobrenatural, mas nas primeiras vezes que se depararam com esse tipo de evento, agiram com pouquíssima estranheza, não havendo tempo de adequação nem justificativa para essa “naturalidade” com que passaram a lidar com o sobrenatural.

Vale a pena ressaltar também que os efeitos digitais são de bons, não extraordinários, mas dão conta do recado muito bem. A escolha de cores foi bonita e eficaz para o clima das cenas e a direção da série também soube entregar um bom trabalho, com alívios cômicos pontuais embora a pegada de “produto americanizado” pudesse ser amenizada, para dar mais naturalidade a trama.

No fim da contas, o saldo é positivo. Se você puder ignorar esses pontos divertidos, vai se entreter com a série. Vai assistir? Talvez seja melhor fazer isso com um Daruma ou uma boneca do Hinamatsuri em mãos! É sempre bom garantir com um amuleto que absorva a má sorte…