Safra 1991 #5: O último grande disco do Rei do Pop, Marisa Monte em seu primeiro álbum de estúdio, consagração de Lenny Kravitz, “Diamonds and Pearls” e “Várias Variáveis”

Dando sequência na série de grandes discos do ano de 1991, trazemos hoje álbuns de estética mais pop.  Discos consagradores para alguns dos artistas citados, sendo alguns de seus lançamentos mais importantes. Michael Jackson, Marisa Monte, Lenny Kravitz, Prince e Engenheiros do Hawaii estão presentes no Safra 1991 de hoje. Confira.

Michael Jackson – Dangerous

O Rei do Pop entra na década de 90 com aquele que para muitos é seu último grande disco. “Dangerous” foi lançado em novembro de 1991 e marca o termino da parceria de Michael Jackson com Quincy Jones, iniciada em “Off The Wall” (1979).

Gravado entre junho de 1990 e outubro de 1991, o disco se destaca através de nove singles que foram trabalhados ao longo de quase três anos. Músicas como “Black or White”, “Remember the Time”, “Heal the World” e “Will You Be There” atingiram os primeiros lugares nas paradas de sucesso do mundo todo.

O álbum obteve bom desempenho comercial, porém foi “prejudicado” pelo crescente sucesso do movimento grunge, difundido pelo Nirvana e seu disco “Nevermind”, lançado na mesma época.

Marisa Monte – Mais

Após estourar com um primeiro disco ao vivo (“MM”, de 1989), Marisa Monte partiu para a gravação de seu segundo álbum, o primeiro gravado em estúdio. “Mais” representa um momento de amadurecimento da cantora que já era vista como uma grande diva. Porém, ela buscava algo mais despojado. Procurava sua turma como costumava dizer.

Com participações de músicos renomados, de Robertinho de Recife a Naná Vasconcelos, passando pelo baterista Gigante Brazil, Marisa se aproximou dos integrantes dos Titãs nesse mesmo período, criando parcerias com Arnaldo Antunes (em “Beija Eu”) e Nando Reis, que assinou quatro das 12 faixas do disco. Ela também gravou a música “Eu Não Sou da Sua Rua”, de Arnaldo e Branco Mello.

Além de “Beija Eu”, o álbum emplacou outros três grandes hits: “Eu Sei (Na Mira)”, “Diariamente” e “Ainda Lembro”, onde Marisa faz dueto com Ed Motta. Destaque também para as versões de “De Noite na Cama”, composta por Caetano Veloso e gravada anteriormente por Erasmo Carlos, “Ensaboa”, de Cartola e Monsueto, e “Rosa”, de Pixinguinha e Otávio de Souza.

Gravado entre setembro e novembro de 1990, “Mais” teve a produção de Arto Lindsay e vendeu aproximadamente 710 mil cópias.

Lenny Kravitz – Mama Said

A mistura perfeita de soul music, hard rock, blues e música pop de primeiríssima categoria. Essa é a melhor definição para “Mama Said”, segundo disco de Lenny Kravitz, lançado em abril de 1991.

Gravado durante o ano de 1990, o álbum conta com as participações especiais de Slash em “Always on the Run” e “Fields of Joy” e Sean Lennon, que é coautor de “All I Ever Wanted”.

Bem recebido pela crítica, o disco tem como destaques “It Ain’t Over ‘Til It’s Over”, “Stand By My Woman”, “What Goes Around Comes Around” e “Stop Draggin’ Around”.

Prince – Diamonds and Pearls

Primeiro álbum com a The New Power Generation como banda de apoio, Prince lançou “Diamonds and Pearls” em outubro de 1991. Unindo diversos elementos da música pop, como soul, funk, rock, hip-hop e batidas eletrônicas, o músico fez um de seus melhores trabalhos.

O álbum teve como singles a faixa título “Diamonds and Pearls”, “Cream”, “Gett Off”, “Insatiable” e “Money Don’t Matter 2 Night”. Destaque também para “Willing and Able” (usada pela CBS em uma montagem de vídeo durante os créditos finais da cobertura do Super Bowl XXVI), “Daddy Pop”“Strollin’” e “Jughead”, uma ótima mistura de rap com rock.

“Diamonds and Pearls” foi muito bem sucedido em termos comerciais, além de ser o último álbum antes de Prince mudar seu nome para um símbolo impronunciável, o “Love Symbol #2”, que foi utilizado até 2000. Alguns o chamavam como “o artista anteriormente conhecido como Prince” ou “o Artista”.

Engenheiros do Hawaii – Várias Variáveis

Vivendo o período de maior sucesso após o estouro de “O Papa é Pop” (1990), os Engenheiros do Hawaii deixaram de lado a sonoridade eletrônica presente no disco anterior e apostou em um som mais orgânico em “Várias Variáveis”.

Completando a trilogia iniciada nos álbuns “A Revolta dos Dândis” (1987) e “Ouça o Que Eu Digo: Não Ouça Ninguém” (1987), o disco que apresenta uma capa verde completa a sequência com as cores da bandeira do Rio Grande do Sul, estado de origem do conjunto. “Revolta” e “Ouça” apresentam capas amarela e vermelha respectivamente.

Com sonoridade influenciada pelo rock progressivo, “Várias Variáveis” apresenta ótimos momentos como as faixas “Museu de Cera”, “Sala Vip”, “Quartos de Hotel”, “Sampa no Walkman”, “Ando Só” e hits como “Piano Bar”, “Muros e Grades” e “Herdeiro da Pampa Pobre”, versão da banda para música de Gaúcho da Fronteira.

Na próxima semana, voltamos com mais um texto, contendo outros cinco trabalhos lançados em 1991.

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