Pedra fundamental do Punk, álbum de estreia dos Ramones completa 45 anos

Lançado em abril de 1976, disco é considerado por muitos o marco zero do punk rock

Com o verso “hey ho, let’s go!”, os Ramones iniciaram sua trajetória discográfica. A estreia foi através de um álbum que completou 45 anos na última semana, o autointitulado “Ramones”, que chegou as lojas em 23 de abril de 1976 através da Sire Records, gravadora que contratou o quarteto nova-iorquino em novembro de 1975.

Considerado o ponto de partida do punk, o trabalho foi gravado em apenas uma semana, com o orçamento de apenas 6.400 dólares. O produtor Craig Leon trouxe técnicas de gravação inspiradas nas sessões de orquestra para os discos dos Beatles, porém o álbum não possui uma sonoridade grandiosa. É cru, seco e direto, como a banda realmente queria. Canções de (no máximo) dois minutos e meio e letras simples, que falam sobre nazismo, segunda guerra, drogas, prostituição, amor e violência. Essa é a temática deste que é considerado o primeiro disco de punk rock da história.

Da esquerda para a direita: Johnny, Tommy, Joey e Dee Dee Ramone. Foto: Roberta Bayley. Arte: Arturo Vega

Com 13 músicas autorais e uma regravação – “Let’s Dance”, composta por Jim Lee e gravada originalmente por Chris Montez – o disco tem apenas 29 minutos de duração, tendo sete faixas em cada lado do vinil. É difícil definir o grande momento de “Ramones”, talvez por não ter nada parecido até então. Por mais que bebessem na fonte de bandas como MC5, The Stooges e New York Dolls, nenhuma banda tinha a sonoridade que é mostrada em faixas como “Beat On The Brat”, “Havana Affair”, “I Don’t Wanna Go Down To The Basement” e nos hits “Blitzkrieg Bop”, “Now I Wanna Sniff Some Glue”, “I Wanna Be Your Boyfriend” e “53rd & 3rd”. Da voz de Joey, passando pelas letras de Dee Dee, a batida reta de Tommy, até a guitarra de Johnny Ramone, tudo era muito cativante e, surpreendentemente, soava pop.

O trabalho recebeu críticas mistas por parte dos jornais e revistas na época de seu lançamento e teve baixa popularidade, tendo vendido apenas 6 mil cópias em 1976. Porém, passou a ser reverenciado por bandas inglesas que haviam começado naquele período como Sex Pistols, The Clash e Buzzcocks, além de permanecer relevante ao longo dos anos, influenciando de Metallica a Sonic Youth.

À frente do seu tempo, “Ramones” atingiu o status de “disco de ouro” apenas em 2014, quando todos os membros da formação original da banda já haviam falecido. Está presente em inúmeras listas e é citado no livro “1001 Discos Para Ouvir Antes De Morrer”, de Robert Dimery. O álbum recebeu uma edição especial em 2016, com demos, outtakes e gravações ao vivo. Um disco icônico e fundamental para a história do rock and roll. Merece sempre ser lembrado e celebrado. 1, 2, 3, 4!

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