A história gira em torno do Loki que escapou com o Tesseract após a incursão no tempo feita pelos Vingadores em busca de reverter os danos causados por Thanos. Após escapar da prisão, ele vai até a Mongólia, onde é interceptado por agentes responsáveis pela manutenção da ordem temporal. Nesse momento, somos apresentados a um novo componente do universo Marvel, a viagem temporal, enquanto no “Vingadores Ultimato” somos apresentados a ele como um meio, enxergamos na série de “Loki” toda uma cultura que envolve essa questão. Com apenas um episódio, não é possível determinar a extensão desse novo universo, porém o que foi mostrado aparenta ter muito potencial.
O primeiro episódio da série foi disponibilizado nesta quarta-feira (09) no serviço de streaming Disney+. Antes de adentrar na série, vale o aviso de que, para curtir bem a série, é legal ver todos os filmes da Marvel, mas se você fizer algo além de ver filmes e séries, como trabalhar por exemplo, então as únicas coisas indispensáveis são: “Thor 1”, “Vingadores 1”, “Thor 2: Mundo Sombrio”, “Thor 3: Ragnarok”, “Vingadores: Guerra Infinita” e “Vingadores: Ultimato”. Vale citar que a série é continuação direta de “Vingadores: Ultimato”, ou seja, SPOILERS.
O protagonista é o grande chamativo para a série, porém esse personagem não é o mesmo dos eventos de “Vingadores Guerra Infinita”, esse morreu nos primeiros minutos, gerando no inicio da serie certa estranheza quanto ao Loki, porque é difícil separar o personagem que morreu de sua versão passado que agora protagoniza a série. Enquanto o que foi morto conquistou o coração dos fãs e mudou de vilão para anti-herói, este é o vilão, assassino do primeiro filme dos Vingadores. O início da série acaba por gerar certa estranheza, porém, no decorrer do episódio, o Loki passa a tomar rumos diferentes e a apresentar uma nova faceta da personagem, então a série apresenta um uso muito inteligente, não se rendendo a recriação de um personagem morto, mas a criação de um personagem novo a partir de raízes conhecidas.
Depois que o Loki é capturado por esse policial temporal, caberia a ele apenas uma sentença de morte, porém um agente responsável por regular e policiar a linha temporal nota que o Loki pode ser útil para a resolução de um caso. O serviço desses agentes é basicamente manter uma única linha temporal determinada por seres transcendentais. Quando uma nova linha do tempo é criada, eles a apagam, e as pessoas que fogem dessa linha do tempo são caçadas e julgadas, exatamente o caso do Loki. Após um longo diálogo do Loki com esse agente, é revelado que diversos assassinatos têm ocorrido com pessoas desta agência e o responsável é o Loki de outra linha. E a narrativa vai se desenvolver a partir desse mistério.
No primeiro momento, a série tenta tratar sobre a questão do livre–arbítrio e traz a contradição interna desse Loki vilanesco, e, para desenvolver isso, a série revisita alguns momentos cruciais de Thor 2 e 3, facilitando a vida do fã que assistiu ao filme quatro ou cinco anos atrás. Todas as mudanças e referências mostram uma nova tentativa da Marvel de reformular a estética de seu universo, tentando escapar dos padrões criados. É possível ver isso nas novas séries e novos filmes anunciados que se enfocam em coisas diferentes da mera criação e luta de heróis contra vilões, adentrando em aventuras místicas e espaciais.
Além disso, algo que as séries da Marvel têm demonstrado é a maestria na criação de um mistério envolvente, em especial com o que ocorreu em “Wanda e Visão”, e considerando o que a produtora já nos apresentou apenas neste ano, não é de se estranhar que as expectativas sejam altas. Além disso, a série promete explorar facetas do personagem que eram vistas apenas nos quadrinhos, dando margem a muito “fanservice” e criação de teorias, fonte de grande parte do divertimento e única explicação válida para o lançamento semanal da série.
Lembrando que a série está disponível no serviço de streaming Disney+ e será completa em 6 episódios de 50 minutos cada. No fim, não foi possível ver profundamente aonde a série levará seus telespectadores, porém, do pouco apresentado, não há palavra que defina melhor do que: “Promissor”.