Lollapalooza: Quais foram os melhores e piores shows da edição 2024?

Melhores e piores shows do Lollapalooza 2024

O Lollapalooza Brasil tem se tornado um dos maiores festivais do Brasil, se não o maior, vide o fracasso total que foi o The Town e a queda de Line-Up do Rock In Rio, é um festival que agrada todos os gêneros, tribos e personas. O evento realizado em 22, 23 e 24 de março no autódromo de interlagos em São Paulo, contou com atrações interessantes, talvez o melhor line-up desde 2019. 

Abaixo, o card com todas as atrações por dia. Os cancelamentos deixaram o line-up ainda melhor para o evento de 2024. Mas nem tudo foi atração, o tradicional morrinho é um dos mais amados pelo público e a distância entre palcos, já é tradição do festival. Um ponto a se explorar foi a intensa chuva nos três dias de festival, logo após uma onda de calor de uma semana. Em uma avaliação geral das atrações, não apenas do nicho que falamos para o público aqui, foi realizada uma avaliação minuciosa de quem trabalha com jornalismo musical há anos, opiniões fortes e que podem de início fazer você refletir, tanto para o lado positivo quanto negativo, mas esse sempre foi o intuito da pauta. Vamos às avaliações? 

Os melhores shows do Lollapalooza

Em uma regressiva, os melhores shows da edição 2024 do Lollapalooza, reservaram boas surpresas e shows memoráveis.  

Limp Bizkit (Sábado, 19:55)

O rock vivo, mosh com sinalizadores e Fred Durst com seu jeito único. Um grande show para a edição, não o melhor, mas sem nenhuma dúvida de que foi um dos shows mais animados dos três dias. 

Fletcher (Sexta, 16:55)

Uma grata surpresa, a cantora que fez meditação com fãs antes do festival, entregou tudo no palco, com uma excelente equipe de apoio, destacando a guitarrista, Fletcher possui uma voz interessante e fez um grande show. 

Arcade Fire (Sexta, 20:10)

Um show sem muitas esperanças, mas que foi muito bom! O Arcade Fire fez o público cantar, dançar e pular, se emocionar e sentir falta quando acabou. A banda trouxe uma percussionista brasileira ao palco, coloriu o autódromo e surpreendeu. 

Hozier (Sábado, 17:45)

Dono de uma voz inigualável, Hozier trouxe um pedaço da Irlanda ao Lollapalooza, sendo um dos melhores shows da edição. Com uma banda surreal, instrumentistas e coral de exímia qualidade, Hozier foi muito bem. O cantor que canta sem se movimentar no palco, trouxe ao Brasil uma nova versão de si próprio, com carisma e emoção do público. Um grande show! 

Thirty Seconds to Mars (Sábado, 18:50)

Particularmente, não gosto do Thirty Seconds to Mars, mas reconheço a qualidade, mas no show no Lollapalooza 2024, a banda realizou um dos melhores shows da edição. Jared Leto possui uma grande presença de palco e cativou os espectadores. O jogador de futebol Marcelo, entrou no palco e participou da percussão, presenteou Jared com uma camiseta do Brasil e deixou ainda mais tropical o show da banda. 

Sam Smith (Domingo, 19:55)

Uma das personalidades mais carismáticas e icônicas da música na atualidade, Sam Smith fez o segundo melhor show do Lollapalooza. Nada de playback, dançou e muito com seus dançarinos, enfrentou a chuva, os riscos de seu salto com o palco molhado, trocou de roupa rapidamente e cantava enquanto fazia isso em seu grandioso cenário. O cantor, que vestiu a camiseta da seleção brasileira, encantou o público com muitos hits e fez do domingo, o melhor show do dia. Uma pena que Sam Smith não cantou no palco principal, merecia um horário mais tarde e um palco melhor. 

E o melhor show vai para:

The Offspring (Sexta, 19:05)

O The Offspring é uma banda que deixa os fãs em dúvida quanto aos shows, Dexter, o vocalista, às vezes tem falhas na voz, mas nesta edição do Lollapalooza, a banda entregou o melhor show dentre as principais atrações. Carisma, fôlego, hits e presença de palco, o The Offspring levou o posto de melhor show do Lolla 2024. 

The Offspring no Lollapalooza
Foto: Luiz Franco/g1

Shows que foram destaque do Lollapalooza

Aqui nós separamos os shows que ficaram na média, não foram os melhores, mas não passam nem perto de serem os piores. Bandas que surpreenderam positivamente e que entregaram um show interessante, aqueles que valeram o preço (não o preço abusivo que foi) do ingresso.

Pierce The Veil (Sábado, 16:40)

Uma banda que merecia um horário mais tarde, injustiçada pela organização de horários, poderiam muito bem ter colocado Kevin o Chris no domingo. O Pierce The Veil é uma banda de scream metal que levou muitos fãs, com muitas trocas de guitarras, a banda trouxe músicas não tão pesadas para seu setlist, mas agradou com clássicos, colocou uma fã em cima do palco e entregou o que era necessário.

Greta Van Fleet (Domingo, 22:50)

A banda os irmãos Kiszka com seus jeito icônico, tanto na voz do vocalista, quanto em figurinos, fez um show de substituição de line-up e encerrou muito bem o festival. O Greta é considerado uma das bandas de salvação do rock mundialmente, mesmo com a excentricidade, até os mais velhos curtiram os shows. 

Nothing But Thieves (Domingo, 16:40)

Um grande erro do Lollapalooza foi colocar o Nothing But Thieves no domingo e no péssimo horário que foi. Uma banda tão excelente e com público, Kevin o Chris não deveria ser tão mesclado, deveria ficar próximo ao seu público, mais cedo, e trocar de dia com o Nothing But Thieves. Show que levantou o público, foi imponente e empolgante, fez fãs chorarem e deixou a vibe muito alta. Um grande destaque. 

Titãs Encontro (Sábado, 22:35)

O Titãs Encontro encerrou sua turnê com todos os integrantes originais no Lollapalooza, um desafio imenso, vide o público ser diferente dos fãs da banda, mas era possível ver copos, bonés e camisetas da banda nas grades. Pela diversidade que era tocar em um palco tão diferente, o Titãs foi muito bem, mas os shows nos estádios foram melhores.

Se quiser saber como foram os shows do Titãs Encontro, ouça agora o Sinfonexp, podcast musical do NEXP Podcast. 

Kings of Leon (Sábado, 21:00)

Só de substituir o Paramore, uma das bandas mais chatas da história do rock, o Kings of Leon merecia pontos, deu vida e ânimo ao público que ia ao festival em um dos dias mais importantes de lineup do festival. Direto ao ponto, claro que o Kings of Leon não seria o melhor show do festival para algumas pessoas, a banda do Tennessee não se movimenta tanto e isso incomodou a internet e alguns apresentadores da TV. O Kings fez um show excelente e foi o melhor destaque.

Outros destaques: Livinho e Rodrigo teaser, Dayglow e The Driver Era. O Blink-182 entra na lista de destaques e claro, vamos falar sobre as polêmicas envolvendo a banda. 

Os piores shows do Lollapalooza

Aqui vamos listar aqueles shows tão ruins, que o valor do ingresso deveria ser devolvido integralmente e ainda com o auxílio de um psicólogo. Algumas apresentações foram nota DÓ e prejudicou a audição dos presentes, a ordem está decrescente, mas não torna um melhor que o outro. 

Pior show: Xamã (Sábado, 15:35)

O pior show da história do Lollapalooza? É difícil superar “Gabriel o Pensador” em 2019, mas Xamã foi sem dúvida, um marco negativo na história do festival. O homem de um hit só, “Malvadão, avião, pressão e vapo vapo” não poderia cantar seu sucesso por uma hora sem parar, então chamou uma série de cantores e amigos ao palco, onde se ouviu gritos, covers e balbúrdias e isso transformou o palco em um circo. O cantor é fraco, possui músicas muito ruins e deveria seguir carreira como ator. 

Manu Gavassi (Sábado, 14:35)

É fácil sentir certa empatia por Manu Gavassi, porque ela tenta ser uma cantora, enfrenta críticas e ainda encara um palco gigante, mas mesmo assim não consegue. Cantando muito mal, com certos desafinos e pouco carisma, Manu não animou o público, apenas meia dúzia de pessoas que sabiam suas letras. O maior erro foi a homenagem para a cantora Rita Lee, neste momento algumas pessoas saíram de perto do palco. Um show de estreia muito complicado no Lollapalooza para a menininha de 31 anos. 

Luísa Sonza (Sexta, 15:50)

Muita mídia e pouca música, apologias e muita sexualização, além do intenso playback e muitos berros, Luísa manteve a média de shows pavorosos com suas músicas de 2 minutos. A cantora não consegue emplacar em festivais e mantém o posto de pior cantora brasileira em atividade. 

SZA (Domingo, 21:30)

Um show chato, nada empolgante e que apenas o público alvo gostou. Difícil de ouvir e ao vivo contou com muitos playbacks e danças, isso deixou mais difícil ainda de acompanhar. Não merecia estar no palco principal e sim no Alternativo ou Samsung. 

Outros shows que podem ser considerados parte dos piores: Gilberto Gil – o grande poeta do silêncio afirmou que o Lollapalooza parecia Woodstock, só faltou mencionar qual edição.  Completam a  lista: Marcelo D2, BK e o rapper Oruam que merece ressalvas por cantar vestindo uma camisa escrito ‘Liberdade’ e uma foto de seu pai, o traficante Marcinho VP, apontado como um dos líderes da facção criminosa Comando Vermelho e um dos mais perigosos do Brasil.

Análise da polêmica do Show do Blink-182 no Lollapalooza

Blink-182 (Sexta, 21:30)

Um show muito bom, grandioso e com muita qualidade, hits e mais hits, afinal era a primeira vez que o Blink-182 se apresentava no Brasil em mais de 30 anos de carreira. A banda que adiou ano passado, deixou os fãs ainda mais ansiosos e levou emoção e surpreendentemente carisma para o palco. 

E não foi o show que ganhou espaço na mídia brasileira, o tribunal da internet, os juízes de teclado e os especialistas em moralismo, destacaram piadas que já estavam no roteiro do show, feitas em vários lugares do mundo e adaptadas ao palco. O Blink-182 errou ao fazer as piadas? Sim e muito, mas o público riu, os fãs homens e mulheres deram risada e gritaram, para o público alvo funcionou, pois trata-se de uma banda que carrega o punk e os anos 80 para sua vida. Não interessa estar em 2024, o público que estava lá para vê-los, ficou feliz. 

Não adianta cantar Mamonas Assassinas e criticar o Blink-182, não adianta idolatrar apologias dos MC’s, a pornografia semi-explícita de Luísa Sonza e seus campos de morango, rapper pedindo liberdade de criminoso, trappers que chamam mulheres de vagabundas. A piada do Blink-182 não fugiu do contexto que para que cada pessoa exista, alguém praticou sexo de alguma forma, seja fisicamente ou por inseminação, então qual o espanto? 

A imprensa brasileira tem se tornado uma vergonha quando se trata de alguns assuntos, fazendo da música a santificação para nomes que querem alavancar e prejudicar outros nomes. A apresentadora do Multishow que se posicionou ao vivo, é uma delas. 

Créditos: Instagram da página Tenho Mais Discos que Amigos

O Lollapalooza Brasil teve banheiros de verdade, acabando com os banheiros químicos, organização feita pela Rock World, empresa que organizava o Rock in Rio, bares espalhados perto dos palcos, distribuição de água e trens e metrôs funcionando durante 24h de evento. 

Para quem reclamou da lama, chamando de “Perrengue Chique” precisa entender que o clima não escolhe dia e nem hora e que no autódromo de interlagos existe asfalto, grama e lama. Não adianta reclamar e rir de quem caiu e brincar na lama. Para quem já tomou chuva pior e ainda foi “expulso” do festival e depois conduzido a retornar pela má organização, este ano está de parabéns.


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Sobre Klaus Simões 440 artigos
Jornalista pela FIAM, Técnico em Comunicação Visual pela Etec de São Paulo, especialista em coberturas de eventos, esportivas e musicais, geek e alternativo. Responsável pelo NEXP Podcast.