Barbarella: Filme para você adicionar ao seu “currículo nerd”

Muito antes de ser presa em quatro sextas-feiras consecutivas por protestar contra as mudanças climáticas em Washington, Jane Fonda já dava o que falar lá na década de 60! Para ser mais exato, em 1968 Barbarella saiu das histórias em quadrinhos e pulou para as telonas, como um filme franco-italiano de ficção científica de 1968, dirigido por Roger Vadim e estrelado por Fonda.

Então vamos começar pelos quadrinhos, pois é importante você saber que Barbarella é uma série para adultos, publicada pela primeira vez em 1962 pelo ilustrador e escritor francês Jean-Claude Forest. No cinema, coube a Jane Fonda carregar a bandeira da impetuosidade feminina carregada de uma boa dose de erotismo. O filme narra as aventuras de Barbarella que no ano 40.000 D.C., patrulha com sua nave em algum lugar do universo, quando é enviada pelo presidente da Terra para capturar um criminoso que inventou uma arma capaz de pôr em perigo a paz do universo, já que nesse cenário futurista, já não existem guerras há séculos.

Enquanto persegue o vilão Durand, Barbarella é seduzida por um humano residente em SoGo, Dildano (interpretado por David Hemmings), que a apresenta ao ato sexual propriamente dito. Despertada para esse novo interesse, ao longo de sua jornada, Barbarella seduz um anjo cego chamado Pygar (John Phillip Law) e destrói uma máquina do sexo cuja função era matar de prazer quem é preso nela. Sim, o erotismo foi indiscutivelmente explorado nesse filme. A cena de abertura, na qual Barbarella se despe de sua roupa de astronauta em gravidade zero, tornou-se clássica do erotismo cinematográfico dos anos 60. 

Tanto a personagem como a Jane Fonda começaram aí o seu legado. Na França, diversas heroínas eróticas, como Jodelle e Vampirella, surgiram após o lançamento de Barbarella, contribuindo assim com a revolução sexual/cultural dos anos 60. Jane Fonda, por sua vez, depois de interpretar Barbarella estabeleceu seu status como um dos maiores símbolos sexuais dos Estados Unidos e iniciou uma importante para o cinema: a das personagens femininas mais fortes e independentes, que não são mais apenas mocinhas indefesas, mas capazes de tomar as rédeas de suas vidas, inclusive no que diz respeito à sua sexualidade. 

Inclusive, apesar do filme ter sido produzido num estilo de comédia erótica, Barbarella virou um filme cult extremamente popular, que não se mantém refém da libertária década de 1960, mas alcança também o status de um dos primeiros ícones do feminismo saídos dos quadrinhos e do cinema. E não é apenas esse humilde espectador do cinema que está dizendo, mas também a socióloga Marília Moschkovich pontua que “o empoderamento da mulher através do sexo continua muito atual”. A mensagem que as mulheres decidem sobre como se expressar sexualmente marca as aventuras da viajante espacial que não deixou de ser uma referência para a mulher moderna.

 

Barbarella surge como um contraponto em uma época em que as mulheres sofriam muitas formas de repressão. É preciso entender que a luta libertária do feminismo abrange várias esferas e Barbarella tocou apenas uma delas, mesmo assim, cumpriu com louvor sua missão!

Então pegue a pipoca, o controle da sua TV e da sua nave espacial e aproveite o filme!