A SEGA teve um início muito confuso, devido a várias mudanças nos nomes, donos e regiões. Apesar de ter sido registrada em 1952 em Tóquio, a sua história começa muito antes disso.
Em 1940, o empresário Irving Bromberg e seu filho Marty Bromley, começam um empreendimento no Havaí. A empresa começou produzindo máquinas caça-níqueis e outros tipos operados com moedas. Bromberg lucrava mais com os soldados norte-americanos localizados na Ásia, no período durante e pós Segunda Guerra Mundial.
O nome original da empresa era “Standart Games”, mudando para “Service Games” com o final da guerra (a palavra “Service” homenageia o serviço militar americano). Os negócios e a empresa estavam indo bem, até que em 1951 uma lei foi criada proibindo a produção e venda de máquinas caça-níqueis nos EUA.
Em consequência disso, os funcionários, Richard Stewart e Raymond Lemair, decidiram ir para Tóquio montar uma distribuidora, para continuarem produzindo as máquinas, já que o Japão aceitava esse tipo de produto. Com essa mudança, a empresa conseguiu expandir seus negócios para outras partes da Ásia e para a Europa.
O nome SEGA surgiu da abreviação de “Service Games”, e foi utilizado pela primeira vez em 1954 no caça-níquel “Diamond Star Machine”. O primeiro produto a conter o nome da empresa foi a jukebox “SEGA 1000”, em 1960.
Cinco anos depois, nascia a SEGA Corporation, tendo o empresário e ex-militar David Rosen como o primeiro CEO. Com a chegada dele, também foi lançado o primeiro arcade analógico, chamado “Periscope”, que fazia uma simulação de um navio de guerra.
Com o sucesso do “Periscope” em vários países, a empresa “Gulf + Western” (hoje conhecida como Viacom) compra a SEGA e abre um escritório nos Estados Unidos em 1969, com o Rosen ainda no comando.
Os anos 70 foram os melhores anos da SEGA. Com o sucesso dos fliperamas nos Estados Unidos e no Japão, a empresa fez muito dinheiro. Para ter uma noção, a casa de jogos da companhia em Sapporo contava com mais de 120 máquinas de fliperama, sendo algumas em parceria com a Toro, a produtora do Godzilla.
Os problemas começaram em 1982, com a queda dos fliperamas nos Estados Unidos e, para piorar, o CEO da “Gulf+Western”, Charles Bluhdorn, infelizmente, morreu nesse período, e a marca começa a se restruturar sem ele, ocasionando a venda de algumas de suas divisões, incluindo a de games. A parte japonesa da SEGA, por um curto período, passou a pertencer a “Bally/Midway”, a companhia responsável pelo jogo “Mortal Kombat”.
Com tudo isso acontecendo, o David Rosen, que já não trabalhava mais na empresa, junto com Hayao Nakayama, recompram a parte japonesa da SEGA.
Com o novo mercado de fliperamas na Europa, a SEGA volta com tudo e cria a “Ufo Catcher”, que não foi a primeira, mas é uma das mais famosas máquinas de pegar bichinhos. Outros jogos tecnológicos também surgem, como o game moto “Hang-on”, sendo considerado o primeiro a utilizar os movimentos do corpo como controle.
A partir de 1985, a SEGA começa a investir mais em consoles, com o “Master System”, que possuía jogos como “Sonic the Hedgehog”, “Alex Kidd In Miracle World”, “R-TYPE” e “Phantasy Star”
Porém, além de enfrentar a concorrência de empresas como a Nintendo e a Sony, a companhia tinha que enfrentar a concorrência com ela mesma. As divisões “SEGA Japan” e a “SEGA of America”, não gostavam uma da outra, e já tiveram relatos de uma unidade recusar dar crédito ou divulgar algum produto em seu país por birra. Além disso, as empresas acusavam constantemente os jogos de terem uma diferença cultural muito grande, impedindo os lançamentos ou fazendo alterações por conta própria.
Ao longo da história, as duas divisões erraram e acertaram, mas fica claro que a falta de comunicação e a competição interna foi um dos maiores empecilhos da empresa. Em 1990, os lançamentos voltam com a estreia do console portátil “Game Gear”, mas que sofreu contra o “Gameboy” da Nintendo. Porém o “R360” e a “SEGA Meganet”, que são serviços online de jogos, fizeram sucesso nos fliperamas.
Voltando a focar em fliperamas, a SEGA lançou vários jogos em 1992, como “Virtua Racing”, “Virtua Fighting” e “Virtua Striker”. Os novos jogos foram tão bem que, nesse mesmo ano, a primeira loja da empresa foi aberta no bairro de Akihabara no Japão, conhecido como “o paraíso dos otakus”, por ser o maior centro comercial de animes e games do mundo.
Nos anos seguintes, os consoles, como “Nomad” e o “SEGA Saturn”, não fizeram sucesso. O mercado estava mais exigente e, com o surgimento do “Playstation”, as coisas pioraram. Pelo o aumento no custo de produção, os consoles começaram a sair mais caros, causando uma queda nas vendas.
A política interna também não era das melhores, a empresa trocava de CEO a cada ano e uma situação financeira complicada. Com todo esse problemas, a SEGA desiste de produzir consoles e volta a ser apenas uma desenvolvedora, e, assim, decidiu focar em lançar jogos para arcades. A empresa continua produzindo, publicando e distribuindo jogos com força total, como “Valkyria Chronicles” e a série “Yakuza”.
A companhia ainda fabrica máquinas de fliperama, mas agora focando mais no público japonês. E em 2020, para comemorar o que a empresa considera o aniversário de 60 anos (a empresa só conta a partir de 1960), foi lançado o filme do Sonic, estrelado por Jim Carrey como o Doutor Robotnik. Mas, com a pandemia da Covid-19, a SEGA teve que vender o “Club SEGA”, uma de suas casas mais famosas de fliperamas no bairro de Akihabara.
Essa foi a história da SEGA, uma empresa querida por muitos, com franquias sensacionais, e, mesmo com as dificuldades e mudanças, continua firme e forte.