Safra 1991 #2: Conheça mais cinco discos que comemoram três décadas este ano

Dando continuidade a série de álbuns lançados em 1991, o segundo texto traz nomes diferentes entre si, mostrando a diversidade e qualidade dos trabalhos lançados naquele período, além dos primeiros nomes nacionais da nossa lista.

R.E.M. – “Out of Time”

Pressionados pela gravadora após ficarem três anos sem gravar, o R.E.M. voltou aos estúdios em 1990 para produzir seu trabalho mais conhecido. Com o intuito de se afastar da linguagem alternativa dos trabalhos anteriores, o grupo passou a utilizar instrumentos acústicos como violão, bandolim e piano para compor as novas canções. A estética “folk” influenciou o álbum, que contém hits gigantescos como “Losing My Religion” e “Shiny Happy People”, essa última com a participação de Kate Pierson, vocalista do B-52’s.

Lançado em março de 1991, “Out of Time” atingiu o topo das paradas norte-americana e inglesa, tendo vendido cerca de 18 milhões de cópias em todo o mundo. Alguns destaques do disco são “Near Wild Heaven”, “Texarkana”, “Radio Song”, “Endgame”, entre outras. Na época, a banda não realizou turnê para promover o disco.

Gilberto Gil – “Parabolicamará”

Primeiro lançamento de Gil na década de 90, “Parabolicamará” não traz grandes inovações como os álbuns produzidos pelo cantor nos anos 70, mas isso não tira os méritos que o trabalho possui.

O disco traz eletrônicos, influências de reggae e dub em “Madalena”, funk em “Quero Ser Teu Funk”, xote e baião em faixas como “O Fim da História”, “De Onde Vem o Baião” e “Falso Toureiro” e música baiana em “Yá Olokun” e “Buda Nagô”, feita em homenagem a Dorival Caymmi (1914-2008).

O álbum tem participações especiais de Carlinhos Brown, Herbert Vianna, Dé Palmeira, ex-baixista do Barão Vermelho, e Nana Caymmi.

Caetano Veloso – “Circuladô” 

Produzido por Arto Lindsey, músico norte-americano que viveu no Brasil, “Circuladô” é um trabalho onde Caetano se reinventa mais uma vez. Com arranjos de Jacques Morelembaum, o álbum preza por canções mais simples, sem a instrumentação grandiosa de “Estrangeiro”, disco anterior de Caetano, lançado em 1989, também sob direção de Arto.

Do samba de roda “Boas Vindas” até as experimentais “Ela Ela”, “Fora da Ordem” e “O Cu do Mundo”, passando pelas líricas “Itapoã” e “Lindeza”, o trabalho traz uma grande diversidade musical, característica nos trabalhos de Caetano, porém soando diferente dos discos que o cantor vinha produzindo até então.

O disco também está presente no livro “1001 Discos Para Ouvir Antes De Morrer”, de Robert Dimery.

Teenage Fanclub – “Bandwagonesque”

Considerada “a melhor banda do mundo” por Kurt Cobain e a “segunda melhor” por Noel Gallagher, os escoceses do Teenage Fanclub chegaram em 1991 com seu terceiro e mais conhecido álbum, “Bandwagonesque”.

Bem recebido pelo público e pela crítica, o disco obteve destaque nas rádios alternativas e foi eleito “o álbum do ano” pela revista americana Spin.

Trazendo canções melódicas sob forte influência do power pop, o disco traz uma forte característica radiofônica, notória até mesmo em faixas longas como “The Concept” (com seus mais de seis minutos), “Alcoholiday” e “Star Sign”.

O disco está na lista dos “500 melhores álbuns de todos os tempos” da revista New Musical Express.

Blur – “Leisure”

Intitulado “Leisure” (“lazer”, em português), a estreia do Blur não está entre os grandes álbuns da banda, porém traz ótimos momentos.

Influenciado por Beatles, The Smiths e pela cena Madchester, o disco traz os sucessos “She’s so High”, “Bang” e “There’s No Other Way”, primeiro grande hit do grupo. Outras faixas de destaque são “Come Together”, “Slow Down” e “Fool”.

“Leisure” recebeu críticas mistas e atingiu o sétimo lugar da parada de álbuns do Reino Unido.

Na próxima semana, voltamos com mais um texto, contendo outros cinco trabalhos lançados em 1991.

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