O ano está acabando e aqui escolherei os meus álbuns favoritos do ano. Antes de começar a listar os álbuns, queria deixar uma menção honrosa a álbuns que eu gostei mas não conseguiram chegar nos 10 melhores, segue os álbuns;
Backxwash – I LIE HERE BURIED WITH MY RINGS AND MY DRESSES
Billie Eillish – Happier Than Ever
black midi – Cavalcade
Deafheaven – Infinite Granite
JPEGMAFIA – LP!
Floating Points, Pharoah Sanders & The London Symphony Orchestra – Promises
Kanye West – Donda
Lorde – Solar Power
Madlib – Sound Ancestors
Magdalena Bay – Mercurial World
Marina Sena – De Primeira
Nas – King’s Disease II
Panapticon – …and Again Into the Light
Parannoul – To See the Next Part of the Dream
Sematary – Rainbow Bridge 3
Sleigh Bells – Texis
Squid – Bright Green Field
Spectral Wound – A Diabolic Thirst
Spelling – The Turning Wheel
Sufjan Stevens & Angelo De Augustine – A Beginner’s Mind
Turnstile – GLOW ON
Se teve algum álbum que você acha que faltou, comenta ai em baixo. Para mim, ou eu não escutei ou não gostei. Agora, a lista dos meus 10 favoritos;
10 – Little Simz – “Sometimes I Might Be Introvert”
Direto do Reino Unido, a Little Simz em seu segundo álbum de estúdio manda muito bem e constrói um álbum conceitual, na qual chamou a atenção de todo o mundo em 2021. A sua mistura de hip-hop consciente com instrumentação orquestral faz deste um dos projetos mais originais desse ano.
9 – Juçara Marçal – “Delta Estácio Blues”
Poucos artistas vanguardistas trabalham com conceitos modernos da música tão bem quanto a Juçara Marçal. Com elementos de glitch, rock experimental e MPB, a artista entrega um dos trabalhos mais abstratos e curiosos do ano. A música “Crash” de um ângulo musical, retrata muito bem um tempo atual com uma estética futurista, tal como o filme Bacurau de 2019.
8 – Silk Sonic – “An Evening With Silk Sonic”
A principal colaboração de 2021. An Evening with Silk Sonic conquistou o mundo nesse quarto final do ano, os vocalmente impecáveis Bruno Mars e Anderson Paak entregam uma das obras mais relaxantes e acessíveis do ano. O revival dos anos 70/80 nunca pareceram tão atuais.
7 – Papangu – “Holoceno”
O meu lançamento de metal favorito do ano. Influências que vão de estruturas de King Crimson à atmosfera de Oranssi Pazuzu, a banda mistura excepcionalmente o metal com os elementos do jazz, num álbum que gira em torno de histórias e fábulas regionalistas nordestinas. A música “Lobisomem” foi a faixa de Halloween desse ano.
6 – Godspeed You! Black Emperor – “G_d’s Pee AT STATE’S END!”
A volta dos que não foram? Depois de 4 anos sem lançar nada, a banda canadense retorna em grande estilo, fazendo um dos trabalhos mais lindos e complexos do ano. Os mestres do pós rock mudam de conceito e entregam uma rara visão esperançosa durante a pandemia, com um som semelhante ao comparar com o passado da banda.
5 – Tyler, The Creator – “CALL ME OF YOU GET LOST”
Após experimentar o gênero em “IGOR”, Tyler volta às raízes de seu rap em Call Me If You Get Lost, que apesar de ter a lista de features “estranhas” até mesmo pro Tyler, o álbum é um dos melhores do artista. Com música até de reggae, Tyler comanda com razão todas as premiações de rap no ano.
4 – Arca – “KicK iii”
Após o lançamento de “kick i” ano passado, sabíamos que haveria pelo menos a segunda parte, a Arca simplesmente lançou 4 álbuns (parte 2-5) em uma única semana. Decidi colocar apenas um álbum por artista porque se não teria 3 álbuns dela aqui. O mais desconstrutivo e insano dos três, Arca entrega música bem a frente de seu tempo, misturando hip-hop com eletrônica latina.
Decidi comentar um pouco mais sobre os três primeiros colocados.
3 – Lil Ugly Mane – “Volcanic Bird Enemy and the Voiced Concern”
Lil Ugly Mane entrega o álbum mais reconfortante do ano. O que é engraçado, já que em toda a sua carreira, ele construiu a sua carreira em cima do mumble rap, gênero que aborda temas de bebidas, drogas e gangues e aqui, algo totalmente diferente. Um popzinho meio anos 80 com uma pegada meio psicodélica, o álbum por si só é uma terapia para Travis Miller (nome real do artista), já que passou por muitos problemas pessoais nos últimos anos. Lindo, alegre e com lampejos melancólicos, com certeza é um álbum que merecia mais atenção.
2 – Black Country, New Road – “For the first time”
Desde Fevereiro, esse já era um dos meus favoritos. Mesmo contendo apenas 6 faixas (porém 40 minutos), soa como um álbum completo. Sendo este o álbum de estreia, a banda com 7 integrantes entregam os momentos mais originais e marcantes do ano, na minha opinião o maior lançamento de rock no ano. Os vocais distorcidos e gritantes do Isaac pode ser um pouco chato as vezes, porém poético e possui um valor muito importante na banda. Nesse final de ano, lançaram três singles de seu próximo projeto, sendo dois deles excelentes, é uma banda para ficar de olho nos próximos anos.
1 – Lingua Ignota – “SINNER GET READY”
Pessoalmente, o álbum do ano tem nome é sobrenome. SINNER GET READY da Lingua Ignota, pessoalmente é o meu álbum favorito do ano. Se comparado ao seu trabalho anterior, Caligula é algo bem menos acessível, que apesar de ter uma instrumentação clássica, tinha uma influência forte de industrial, o que incomodava as vezes. Já aqui, mesmo que abordando temas semelhantes, a sua execução é totalmente diferente. Tendo mais instrumentos voltado pro folk, Hayter põe em mesa toda sua ambiguidade que possui com sua religião, como é indecisa e como é sombria também. E como consegue manter toda uma linearidade pelo álbum todo. É sujo, é difícil de escutar mas há um propósito maior por trás de tudo isso, o conceito e uma experiência inesquecível. Não há uma falha se quer nisso, não acho que seja algo estelar mas com certeza é um trabalho notável o suficiente de me marcar por muito tempo.