Se Jodie Foster na pele de uma rígida freira e Kieran Culkin (sim, o irmãozinho de Macaulay Culkin) desenhando quadrinhos não são por si só uma premissa que enche os olhos, então veja agora porque esse filme não pode faltar no seu currículo nerd.
O filme Meninos de Deus (The Dangerous Lives of Altar Boys em inglês), se passa na cidade de Savannah, em 1974, onde os amigos Tim (Kieran Culkin) e Francis (Emile Hirsch) estudam em uma escola católica e além das aulas chatas da irmã Assumpta (Jodie Foster), ajudam como coroinhas do padre Casey (Vincent D’Onofrio). Entre as andanças de bicicleta pela cidade e seus dias de rebeldia, os meninos desenham quadrinhos – uma fuga para monotonia e severa disciplina da escola católica – sobre Super-Heróis chamado “Atomic Trinity”, onde Tim, Francis e mais dois amigos são os principais personagens, assim como sua arqui-inimiga, a freira da perna de pau (Foster).
A frente das principais cenas, Kieran Culkin e Emile Hirsch não deixam nada a desejar em suas atuações. Junto a eles, Jena Malone desde cedo se mostra uma atriz madura: com sua expressividade e olhar intenso, parece ter décadas de uma sólida carreira. Jodie Foster (que também assina a co-produção do filme) é implacável em sua atuação e entrega uma personagem completa, que além severidade possui suas nuances.
Talvez o argumento mais latente do filme seja a crítica à religiosidade excessiva. Não há um ataque direto a nenhuma figura divina, mas à todas imposições de doutrinas. O filme também se faz valer de incontáveis metáforas visuais ao longo de sua narrativa.
Os quadrinhos desenhados pelos garotos tornam-se sequências de animação para filme. Essas sequências foram desenhadas por Thomas Fleming e dirigidas por Todd McFarlane, criador do personagem Spawn. São um sabor a mais nesse enredo tão rico.
E antes de assistir, prepare-se: o filme possui cenas emocionalmente fortes e um desfecho, se é que se pode resumir assim, melancólico. Bom filme!