Iara Ferreira fala do álbum “VERDEAMARELA” ao NEXP Podcast

Iara Ferreira no NEXP Podcast

A carreira da cantora e compositora paulista Iara Ferreira é extensa. Com 15 anos de trajetória, ela reúne uma obra de cerca de 300 músicas – talvez uma das mais numerosas entre letristas brasileiras. Suas canções já foram gravadas e interpretadas por nomes como Yamandu Costa e Roberta Sá, entre muitos outros.

Iara Ferreira esteve no Sinfonexp, o programa musical do NEXP Podcast, compartilhando trajetória, histórias, carreira e opiniões.

Eu acho que a gente precisa normalizar que artista é uma profissão, a fama é um negócio fora da curva, a grande maioria de nós artistas, musicistas e compositores, não são pessoas famosas, são pessoas que trabalham cotidianamente, tem seu público ali perto, que conhece. Por exemplo, eu já fiz show em 60 cidades e tantas do Brasil, já fiz turnê fora do Brasil e nem por isso sou famosa, não tem problema, a gente tem uma carreira sólida e isso é bonito e importante. – Iara Ferreia ao Sinfonexp.

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Quem é Iara Ferreira?

Natural do interior de São Paulo, Iara Ferreira canta e escreve desde criança. De avó sanfoneira, pai violonista e avô compositor, a artista cresceu em um ambiente musical. Durante a faculdade de Ciências Sociais na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), teve seu primeiro trabalho como cantora, aos 21 anos. Ao se formar, em 2010, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Portátil de Música, especializando-se em choro. Foi na cidade carioca que a vocação para escrever letras aflorou. Em 2015 lançou seu primeiro disco autoral, Bené e Iaiá (DesArts), ao lado de Bernardo Diniz. Depois deste vieram o álbum Miragem de Inaê (Biscoito Fino/2016), com Anna Paes; o EP Dois Gumes (2019), com Leonardo Freitas; o EP Iara Ferreira Trio (Gyra Records/2022); e o álbum Caravana do amanhã (2023), com a violonista francesa Elodie Bouny. Agora, lança seu primeiro álbum solo, VERDEAMARELA (Tratore). 

Em 2016 foi vencedora do Prêmio Grão de Música pela canção Choro de Madrinha, feita em parceria com Anna Paes. Foi também finalista do Prêmio Profissionais da Música na categoria autora, em 2019. 

Como letrista, estão entre seus parceiros nomes relevantes da música brasileira e mundial como: Elodie Bouny, André Mehmari, Arismar do Espírito Santo, Eduardo Gudin, Hélio Delmiro, João Camarero, Rogério Caetano, Bebê Kramer, Ilessi, Alegre Correa, Andrés Beesawert, Vicente Barreto, entre outros. Já teve suas músicas gravadas e interpretadas por: Pietá, Julia Vargas, Yamandu Costa, Nani Medeiros, Jéssica Ellen, Marina Iris, Samba que elas querem, Carla Casarim, Luísa Lacerda, Cláudia Castelo Branco, Silvia Borba, Nina Wirtti, Mônica Salmaso, Roberta Sá, entre outros. 

Nos palcos, já se apresentou pelo Brasil e pelo mundo. Integrou a programação de festivais como o Duo Jazz Tiradentes (2018), o Musicar Festival CCBB (2020) e o Floripa Jazz (2022).

VERDEAMARELA de Iara Ferreira

Iara Ferreira - VERDEAMARELA

Deste baú musical onde Iara vem reunindo suas criações – que já renderam prêmios –, ela fez um apanhado de nove inéditas que agora integram seu primeiro álbum solo, VERDEAMARELA (Tratore), lançado dia 30 de junho. “O conceito essencial do disco é: ver para poder amar (ela). Conhecer a terra do Brasil, falar de suas belezas, tragédias, povos, amores e lutas”, conta a artista. 

Uma especialista da letra brasileira que trabalha com cerca de 80 parceiras e parceiros de composição, Iara fez um recorte amoroso, crítico e esperançoso para narrar o “seu” Brasil neste novo disco, que tem patrocínio do Município de Florianópolis por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (Modalidade Doação). “O intuito é poder celebrar o Brasil e tudo o que é do povo brasileiro por direito, inclusive de sua rica música, tão aclamada ao redor do mundo”, afirma. As canções presentes no álbum passeiam por ritmos como o baião, samba de roda, bolero e ijexá; além de tratar de temas como a luta dos povos originários e a religiosidade caipira. Entre os nomes que assinam as composições das faixas ao seu lado estão Bebê Kramer, Guto Wirtt, Ian Faquini, Ney Souza e Silvia Duffrayer.

O repertório do disco já vinha sendo trabalhado em shows com o seu trio (Ney Souza e Tom Cykman), que passaram por festivais como o Floripa Jazz 2022 e também por Portugal, antes do álbum ser gravado em janeiro deste ano no estúdio The Magic Place, em Florianópolis (SC), cidade onde a artista reside atualmente. Para as gravações, somaram-se ao trio os percussionistas Carlinhos Ribeiro e Carolina Miranda e as cantoras Iara Germer, Emília Lira e Ellen Cristina. 

A ideia da capa partiu do desejo de “criar novas possibilidades de representação para um Brasil popular, poético e ambivalente. Trata-se de um convite para viajar por diferentes Brasis em suas prosas e formas”, comentam os designers da Move, Caique Sanfelice e Claudio Mendes.

 

Sobre Klaus Simões 455 artigos
Jornalista pela FIAM, Técnico em Comunicação Visual pela Etec de São Paulo, especialista em coberturas de eventos, esportivas e musicais, geek e alternativo. Responsável pelo NEXP Podcast.