“Homem-Aranha Ama Mary Jane” é uma série de quadrinhos completa em 26 edições e aqui no Brasil será composta por três encadernados, que serão lançados pela editora Panini. A história foi publicada originalmente em 2004 e acompanha as aventuras de Mary Jane durante sua adolescência. As 17 palavras anteriores descrevem muito bem o quadrinho, pois nesse primeiro encadernado, que será o foco dessa análise, se tem uma Mary Jane buscando empregos, vivendo indecisões amorosas e topando com o Homem-Aranha às vezes. Essa personagem é um grande divisor de águas entre os fãs do Aranha, principalmente por conta das vezes que ela abandonou o herói. Porém, aqui temos uma Mary Jane jovem a qual deixa que os fãs se identifiquem com ela, que é similar ao que trouxe destaque ao teioso originalmente.
Adentrando a trama desse primeiro volume, encontramos uma Mary Jane similar à presente nos filmes clássicos, na qual ela foi interpretada pela Kirsten Dunst, uma jovem bela, indecisa, porém gentil e alegre. Vale mencionar que temos aqui fortes relações com esses filmes, apresentando uma relação entre Mary Jane e Harry Osborn. Em geral, a história conta os “rolos” amorosos de Mary Jane e sua turma, que curiosamente não inclui Peter Parker, muito provavelmente emulando a relação dos filmes, na qual Mary Jane era amiga de Peter, mas não a pessoa mais próxima do mundo.
A história bebe fortemente de mangás “Shoujo”(Mangá voltado para demografia feminina, cujo tema normalmente envolve romance), tanto pela arte quanto pela estrutura narrativa. Em geral, é um romance “Slice of Life” (Histórias relacionadas ao cotidiano) com personagens do Homem-Aranha, e, para mim, isso foi uma das coisas mais legais e divertidas que li em tempos. O Homem-Aranha é um bom personagem, não apenas por ele em si, mas por conta de todo o universo que o cerca, tanto enquanto herói quanto como pessoa, e este que vos escreve conheceu Mary Jane Watson como o principal amor de Peter Parker, e poder rever isso com uma pegada mangá é uma das minhas alegrias de viver recentemente.
Quanto a arte, eu destaco que, no começo, ela é meio estranha, ela fica em um meio-termo entre mangá e quadrinho americano, o que não o torno ruim, mas dá uma certa crise de identidade que logo é resolvida e passa a estabilizar, que dá ao leitor belas capas e lindos momentos.
O Homem-Aranha é um personagem cujos fãs são apaixonados. Em especial, a geração que o conheceu pelo filme estrelado por Tobey Maguire tem um carinho pela estética e clima da época, e esse quadrinho é quase um abraço para o fã que gosta do herói e curte histórias slice of life. Vale ressaltar que essa história não é para todo
tipo de leitor, muitos podem a considerar chata e monótona por focar menos em ação e mais em relacionamentos. Lembrando que essa história é sobre a Mary Jane, então fãs da Gwen Stacy podem se sentir incomodados. De todo modo, esse é um quadrinho bem específico, e se nada do que foi dito anteriormente o incomoda, vá para o abraço porque esse quadrinho é para você.
No futuro, teremos a análise dos próximos volumes, e, bem, até a próxima.