His Dark Materials é a nova série que a HBO traz, para empolgar o corações de muitos com a sua grande produção. Sua história nasceu com os livros de Trilogia Fronteiras do Universo e A Bússola de Ouro, seu primeiro volume, foi publicado no Brasil em 2007. Philip Pullman foi o pai que deu vida aos livros. Naquele mesmo ano, A Bússola de Ouro chegou nas telonas pela Playarte Pictures; com um orçamento de U$180 milhões, rendeu um Oscar de melhores efeitos visuais e uma indicação de melhor direção de arte, porém teve uma receita de apenas U$372 milhões, fazendo com que desistissem da continuação.
Fazer uma nova adaptação não seria algo fácil e quem decidiu carregar o desafio foi o diretor Tom Hooper (que também fez A Garota Dinamarquesa, Os Miseráveis e O Discurso do Rei).
Por enquanto foi lançado apenas o episódio piloto, mas apenas ele já foi o suficiente para convencer o espectador de manter-se fiel ao seriado.
Nós assistimos e mostramos a seguir as primeiras impressões.
A série se inicia explicando como Lyra (Dafne Keen) – a personagem principal – foi parar na Faculdade de Oxford e passou a morar lá. Com 12 anos, ela passa seus dias correndo e pulando pelo teto e pelos terrenos da faculdade junto de seu amigo Roger (Lewin Lloyd), uma criança que trabalha na área dos empregados. Seu único parente é seu tio Asriel (James McAvoy) que vive viajando e não é muito presente na vida da sobrinha. Após uma descoberta no topo de uma montanha cheia de gelo e em meio a tempestade, Asriel volta à Faculdade de Oxford para uma revelação que choca muitos homens. Em paralelo, está ocorrendo o desaparecimento de forma misteriosa de algumas crianças, chegando ao total de 16 desaparecidos. Na última parte do episódio piloto, surge a personagem Marisa Coulter (Ruth Wilson) que terá suma importância para a série; ela faz uma proposta para Lyra, fazendo com que a sua aventura, de fato, comece.
Nesse universo, todas as pessoas tem a sua alma representada por um animal, dessa forma, em alguns momentos é possível descobrir o sentimento dos personagens através de sua representação. Esse bichinhos são chamados de daemon e a série destaca o quanto eles são importantes para a história.
James McAvoy está muito bem aqui, sua naturalidade e imersão no personagem é o que traz a aproximação do público. His Dark Materials foi esperto o bastante para ter escolhido o ator ao papel, até ganhando alguns pontinhos, pois eu, por exemplo, se não conhecesse nada da história, iria passar a assistir justamente por causa dele.
Dafne Keen trouxe a representação da personagem que tantos estavam aguardando. Ela ficou muito parecida com a Lyra do livro e isso me trouxe um suspiro de alívio.
Ruth Wilson encarou bem o posto de personagem que antes era de Nicole Kidman. Ela tem um ar de malvada e, ao mesmo tempo, de persuasiva. É difícil descobrir sua real intenção nessa primeira aparição (exceto pelo seu daemon).
Quanto ao CGI, tratando-se de uma série de televisão, não há muito o que exigir, contudo os daemons conseguem convencer na maioria das vezes. Diversas cenas leva a acreditar que realmente existe um animal falante ali ao lado das pessoas, mas em outros poucos momentos surge um estranhamento, como se a criatura fosse totalmente irreal.
His Dark Materials está sendo um prato cheio para quem curtiu o livros ou para quem gosta e fantasia. Com 55 minutos de episódio, ele não se tornou enfadonho e conseguiu prender a atenção.