Como era o mundo quando MAX B.O. lançou em 2010 o disco: ENSAIO, O DISCO? Ocorreu o eclipse solar anular com a maior duração, primeiro transplante facial total no mundo era feito e a cena do Hip Hop ganhava mais um grande trabalho musical, mas ainda no formato físico. Em 2010 o acesso a internet era diferente dos dias atuais e as plataformas de áudio ainda não existiam.
O rapper MAX B.O. foi entrevistado pelo Sinfonexp, o programa musical do NEXP Podcast, com mediação de Klaus Simões e John Veiga.
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“Eu fui um dos primeiros improvisadores de rap no Brasil. Primeira rima de improviso do freestyle nacional. Embora alguns digam por aí que o freestyle começou a ser reconhecido depois dos anos 2000 ele já estava acontecendo antes. A minha geração imitava os grindos no estilo visual. Você vê os clipes, queria ter igual. Hoje em dia os caras usam roupa igual, fazem tatuagem igual e rima igual. A gente tinha uma questão visual muito copiona dos gringos, mas a gente cantava o que estava rolando aqui.” MAX B.O. durante o Sinfonexp.
MAX B.O. e ENSAIO, O DISCO
Max B.O. – rapper fundamental para a formação do hip-hop brasileiro – acaba de anunciar a estreia de ‘ENSAIO, O DISCO’ em todas as plataformas digitais. O projeto, originalmente divulgado no formato físico, em 2010, figura como primeiro álbum de estúdio do músico e reúne, entre participações nos vocais, scratches ou produção musical, nomes como Stephanie, DJ KL Jay, Lívia Cruz, Nave Beats, Shirley Casa Verde, DJ Negralha, Luana (ATAL) Hansen, DJ Marco, Cindy Mendes, DJ QAP, Felipe Rodarte, DJ Primo, Iky Castilho, DJ Babão, Adriano Ministro, DJ Will, Waltinho A.C., Aori, Cabes e Vander Carneiro.
“É o meu primeiro disco, um trabalho feito com muito amor e dedicação. Minha primeira ideia de disco foi em 1999, mas aí nasceu a Academia Brasileira de Rimas e o foco foi tocar o grupo que foi o primeiro de Freestyle no Brasil. Ensaio, O Disco foi uma junção com parceiros poderosos, que depois se tornaram artistas de destaque na cena musical”.
Com 16 faixas, ‘ENSAIO, O DISCO’ é uma obra que mergulha nas raízes da música brasileira e celebra a originalidade do rap nacional, homenageando, ainda, duas influências fundamentais para Max B.O.: Geraldo Filme e Wilson Simonal.
“O nome do disco é uma reverência ao extinto programa “Ensaio” da TV Cultura, cujo episódio com Geraldo Filme foi marcante para mim”. A capa, inspirada no álbum “A Nova Dimensão do Samba” (1964), de Wilson Simonal, reflete o respeito do artista por esses mestres.
O processo criativo envolve visitas a amigos beatmakers em Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo, estabelecendo sessões, produzindo beats, compondo e gravando vozes. As mixagens e todo o processo de repertório foram concentrados no Atelier Studios e Max B.O. destaca: “É um projeto elaborado por mim, junto de pessoas que admiro, amigos talentosos e transitando com uma sonoridade familiar ao meu trabalho”.
Falando sobre amor, diversidade e originalidade, o registro destaca-se por trazer não só uma série de colaborações especiais, mas, sobretudo, por transmitir a mensagem de que é possível fazer um rap autenticamente brasileiro, com características únicas.
‘ENSAIO, O DISCO’ conta com fotos de Ivan Shupikov o texto de apresentação é de Xico Sá.
SOBRE MAX B.O.
Marcelo Silva, conhecido como Max B.O., é uma figura icônica na cultura hip-hop brasileira. Seu nome começou a circular fortemente a partir de 1998/1999, quando se destacou com suas rimas de improviso e foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Rimas, um movimento pioneiro de MCs dedicados ao freestyle no Brasil.
Após encerrar esse projeto, Max B.O. deu início à sua carreira solo, colaborando com renomados artistas como Thaíde & DJ Hum, KL Jay, Edi Rock, Black Alien, Marcelo D2, Funk Como Le Gusta, Veiga & Salazar, Trio Mocotó, Rashid e Opalas. Sua presença nos palcos brasileiros inclui apresentações ao lado de grandes nomes como Seu Jorge, Nação Zumbi, RZO, O Rappa, DJ Patife, O Rodo, e Palavra Cantada, além de ter compartilhado o palco com artistas internacionais como Afrika Bambaataa, Zion I e De La Soul. Em 2010, estreou seu primeiro disco, “Ensaio, O Disco”, seguido pela mixtape “Antes que o Mundo Acabe” dois anos depois e pelo álbum “FumaSom Vol. 1” em 2013. Além de sua carreira musical, Max B.O. é reconhecido como Mestre de Cerimônia, conduzindo diversos eventos e festivais por todo o país. Seu talento para improvisação é evidente, criando rimas com informações aleatórias, incluindo nomes e números de RG da plateia, e seu “Truque do RG” é amplamente utilizado por outros rappers brasileiros.
No cinema, Max participou de filmes como “Antonia” e “3P”, além de ter colaborado na direção do documentário “Versificando”. Na televisão, destacou-se no programa Brothers da RedeTV! com o quadro MC Rappórter e apresentou o programa Manos e Minas na TV Cultura por 6 temporadas. Atualmente, está focado no lançamento de seu segundo disco, “O.M.M.M. – O Mundo é um Moinho”, com participações de Rael, Donatinho, Dada Yute, Salazar, Robinho Tavares, Zé Nigro, Iky Castilho, entre outros, e trabalha em novos lançamentos que estão previstos para 2024.