Ouvimos: “Legends” o novo álbum do Sabaton

O Sabaton é uma verdadeira máquina de guerra do Power Metal. A banda é de Falun, Suécia, conhecida por ter a história militar e as grandes batalhas como tema central de suas letras. Tornando-se uma das maiores bandas do mundo e sendo respeitada por cada uma das gigantes de diversos subgêneros do rock. 

Desde 1999 o Sabaton é reconhecido por seu estilo épico, riffs de guitarra pesados e o uso proeminente de teclados, corais e uma bateria que transmite uma verdadeira experiência. Dentre os integrantes, Joakim Brodén, vocalista e o baixista Pär Sundström, permaneceram intactos desde a formação, mesmo após uma grande mudança de membros em 2012.

Nas guitarras, Chris Rörland na (backing vocals) e Thobbe Englund que retornou à banda em 2024, substituindo Tommy Johansson. O baterista é Hannes Van Dahl.

O Sabaton possui 11 álbuns de estúdio, que contam histórias desde a antiguidade até os conflitos modernos, são eles: Primo Victoria (2005), Attero Dominatus (2006), Metalizer (2007), The Art of War (2008), Coat of Arms (2010), Carolus Rex (2012), Heroes (2014), The Last Stand (2016), The Great War (2019), The War to End All Wars (2022) e o álbum mais recente é Legends lançado em 2025.

 

Confira também: Entrevista com Gustavo Maiato – autor do livro Sabaton: Histórias de Guerra

 

Legends por Sabaton

Destrinchando as histórias de Legends, novo álbum do Sabaton, surge uma mudança no foco histórico. Os dois últimos discos The Great War (2019) e The War to End All Wars (2022), foram focados na Primeira Guerra Mundial e confirmado pelo vocalista Joakim Brodén como um “próximo passo natural”, o disco conta a história de personagens importantes para a história do mundo. 

  • Templars traz a história dos honrados Cavaleiros Templários e desde seu  julgamento até a dissolução da ordem. 
  • Hordes of Khan conta sobre as invasões e conquistas lideradas por Genghis Khan.
  • A Tiger Among Dragons: A vida do guerreiro chinês Lü Bu.
  • Crossing the Rubicon: A travessia do Rio Rubicão liderada por Júlio César.
  • I, Emperor: A vida, poder e a ambição de Napoleão Bonaparte.
  • Maid of Steel: A vida da francesa Joana d’Arc.
  • Impaler: A vida de Vlad, o Empalador (Vlad III – Drácula).
  • Lightning at the Gates: A travessia dos Alpes liderada por Aníbal.
  • The Duelist: A história do famoso espadachim japonês Miyamoto Musashi.
  • The Cycle of Songs: A vida do faraó egípcio Senusret III.
  • Till Seger: Homenagem ao rei sueco Gustavo Adolfo, militar que liderou a Suécia à vitória na Batalha de Breitenfeld e modernizou o exército sueco.

Peter Sallai, artista húngaro, foi o responsável pela capa de “Legends”, uma das artes mais bonitas de capas de discos do Sabaton. Sallai também criou a capa de Carolus Rex, Heroes, The Last Stand, The Great War e The War to End All Wars. Em tempos de IA, a banda ainda valoriza a alma e o artista. 

Crítica de Legends

O Sabaton entregar “Legends” aos fãs mostra que ainda há muitas histórias para serem contadas, um mundo de possibilidades e que há muitos heróis e vilões que precisam ter destrinchados cada causo que fizeram em seu percurso na terra. Personagens como Júlio César, Genghis Khan e Napoleão Bonaparte, os mais conhecidos, precisavam de um destaque no acervo musical do Sabaton. 

Napoleão Bonaparte por sinal, foi uma das questões mais pedidas pela base de fãs ao longo dos anos, sendo finalmente incluída no álbum como um aceno aos ouvintes. Já os outros personagens do disco, não tem tanto destaque em livros de história, mas cada um com seu valor. Neste ponto, um grande acerto da banda. 

Particularmente “The War to End All Wars” não é de longe o melhor álbum da banda e Legends é melhor. Incrivelmente Thobbe Englund têm uma grande influência no que é ouvido, é nítida sua participação intensa e um dos melhores pontos do disco é o coral presente em muitas músicas, talvez o maior destaque seja o coro nas canções.

Não incluir na versão final de “Legends” o excelente single “Crossing the Rubicon” com Nothing More é uma grande falha, pois a música com a voz de Johnny Hawkins é totalmente diferente e a nota atribuída a ela sem o vocalista da banda norte-americana é inferior.

Há uma grande semelhança entre a “Lightning at the Gates” com a clássica “Uprising” do álbum Coat of Arms e alguma outra canção com a pronúncia “marching” de Brodén. 

A música que abre o disco, “Templars” é uma das melhores já feitas pela banda e não ficando para trás como talvez o melhor clipe de todos que o Sabaton criou. Em melodia, letra e ritmo, a música entrega uma sonoridade surreal e cria uma imersão no imaginário de como foi a história dos Cavaleiros Templários. Hordes of Khan também possui um clipe destacável com muita semelhança ao longa “Uma Noite no Museu”.

Em conclusão, a banda entrega um trabalho quase perfeito, em som, história e explosão musical. Um trabalho instrumental precioso retirado dos integrantes, há músicas que não são as melhores da banda, mas não há aquela música intitulada “ruim” no disco. Não é o melhor e nem o pior álbum do Sabaton, mas “Legends” muda a história e inova, renova e desafia os fãs a escutarem ainda mais a banda.

Detalhes de Legends

A produção do álbum ficou a cargo de Jonas Kjellgren, que já é um colaborador de longa data da banda. A gravação foi feita no Black Lounge Studio, na Suécia. “Legends” tem 11 faixas com uma duração de 45 minutos e 43 segundos. Lançado pela gravadora Better Noise Music, é o primeiro álbum do Sabaton por este selo, deixando a Nuclear Blast após mais de 15 anos.

“A Nuclear Blast passou por algumas mudanças desde que foi comprada pela Believe em 2018. Ainda temos amigos e bons relacionamentos lá, mas sentimos que tínhamos chegado a um limite. Por isso, essa troca foi mais uma decisão intelectual do que emocional.” — afirmou Joakim Brodén no instagram da banda.

 

Considerações sobre Legends

Melhor música: Templars

Pior Música: *A Tiger Among Dragons (*Apenas por ter a nota mais baixa)

Destaque: I, Emperor

Melhor instrumental: The Cycle of Songs

Classificação do álbum: 8️⃣

  • Templars 🔟
  • Hordes of Khan 7️⃣
  • A Tiger Among Dragons 6️⃣
  • Crossing the Rubicon 7️⃣
  • I, Emperor 9️⃣
  • Maid of Steel 7️⃣
  • Impaler 8️⃣
  • Lightning at the Gates 7️⃣
  • The Duelist 8️⃣
  • The Cycle of Songs 8️⃣
  • Till Seger 7️⃣

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Sobre Klaus Simões 490 artigos
Jornalista pela FIAM, Técnico em Comunicação Visual pela Etec de São Paulo, especialista em coberturas de eventos, esportivas e musicais, geek e alternativo. Responsável pelo NEXP Podcast.