A música para algumas pessoas é apenas uma distração, não tem tanto valor, mas para outras, a música é uma essência divina, algo acima de qualquer coisa, a música faz parte da família, cotidiano, da vida, sem ela não é possível viver. É esse sentimento de musicalidade essencial para a paz, que Raquel Lara Rezende e Tiago Guimarães se uniram, criando uma terapia do som e explorando novos desafios em “Consciência do Ser”.
Raquel Lara Rezende, Tiago Guimarães e Consciência do Ser
Os músicos estiveram presentes em uma entrevista exclusiva no Sinfonexp, o programa musical do NEXP Podcast, compartilhando histórias, trajetórias, como se conheceram e montaram essa parceria, além de compartilhar tudo sobre “Consciência do Ser”, o mais novo trabalho dos artistas.
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“Quando a gente fala de terapia de som, a gente tá falando de uma forma de conduzir que é simplesmente muito diferente de só escutar uma música” – comentou Raquel Lara Rezende durante o Sinfonexp.
Raquel Lara Rezende e Tiago Guimarães, pedem para seus ouvintes integrar experiências individuais e ter total atenção nas letras. Uma terapia do som e percepção da vida integral.
“No álbum a gente tem essa atenção tão grande com as letras, foram pensadas e construídas para que tragam consciência e um estado de percepção da vida integral. Tudo isso interfere em como a música vai chegar no nosso consciente, no nosso subconsciente e no nosso campo eletromagnético” afirmou Raquel Lara Rezende.
Meu Grande Amor foi a primeira canção a ser registrada e lançada como single. No álbum ela expressa o ponto chave da jornada, quando se compreende que “nós somos nosso grande amor.
“A gente coloca as palavras eu sou o meu grande amor, para também mostrar que não é depositando o amor no outro ou esperando o amor do outro em relação a gente que a gente vai conseguir avançar como ser”. Comentou Thiago Guimarães.
“Todas as canções estão em 432hz”, ressalta Raquel Lara Rezende que, ao lado de Tiago Guimarães, compôs o disco Consciência do Ser lançado hoje, dia 10 de Março. Para alguns, o que Raquel enfatiza não diz muita coisa, mas a frequência 432hz é conhecida como a mais consistente na natureza, amplamente usada no canto gregoriano. E, segundo musicólogos, possui a característica de criar uma vibração de cura para o corpo, para a mente e para o espírito. Está aí o conceito que dá vida às 13 faixas do álbum – ouça aqui.
Algumas canções foram compostas em dupla, enquanto outras vieram de produções solo. O início se deu com uma ideia de Raquel: “a ideia do Consciência do Ser nasceu em Abril de 2020, a partir da composição da canção Voz de dentro, em parceria com o músico e compositor Renato da Lapa. Naquele momento, visualizei um EP com músicas que trouxessem em suas letras sentidos profundos sobre a vida e os aprendizados que são preciosos em nossas jornadas”. E daí, a ideia do EP ganhou força e evoluiu quando, já no segundo semestre de 2021, Raquel e Tiago deram continuidade ao que de fato se transformaria em álbum. “Tiago tinha o desejo de produzir um álbum de MPB que trouxesse um sentido espiritual, casou perfeitamente”, lembra Raquel.
O álbum como um todo narra uma jornada, como a do herói que se lança na vida para desenvolver as suas habilidades, aprender e depois se dissolver novamente no todo. Toda jornada de autoconhecimento começa a partir do olhar para dentro, do movimento de auto percepção, auto observação. Desde muito cedo se aprende a ter o olhar voltado para fora e a ter diversos estímulos visuais, sonoros e informativos. “Estamos o tempo todo com a nossa atenção voltada para algo externo. E isso provoca uma profunda desconexão com o nosso corpo, com a nossa voz e com o nosso universo interno. Talvez por isso, um dos primeiros passos fundamentais em nosso autodesenvolvimento seja o auto reconhecimento, o auto amor. E a primeira música que gravamos foi Meu Grande Amor, música e letra do Tiago. Ela abriu para nós as portas da criação de Consciência do Ser”, explica Raquel.
Ao longo das 13 canções do álbum, é notável a influência musical mineira que amarra o rock e a musicalidade popular em um tecido único.Também estão muito presentes a MPB, a música cigana e a linguagem musical dos mantras. “Nossa experiência como terapeutas de som também se faz presente de forma sutil, trazendo alguns toques ao longo do album”, comenta Tiago.
Participações em Consciência do Ser
As participações do álbum contam com Gabriel Moreira (viola, violão tenor e saxofone tenor), Carla Raiza (violino, viola e rabeca), Nathalie Magalhães (percussão), Antônio Salles (baixo), Laura Santos (clarinete), Gago Ferreira (guitarra), Erica Navarro (violoncelo), Mestre Dalua (percussão), Dirceu Azevedo (baixo), Adriano Machado (percussão) e Mari Tabacow (piano). “Cada músico e musicista convidado/a trouxe a sua bagagem e a sua sonoridade para as músicas e tiveram liberdade para cocriar conosco. Em algumas músicas, apresentamos ideias mais estruturadas e em outras fomos concebendo juntos mesmo. Apenas Raízes do Brasil recebeu um arranjo mais fechado feito por Erica Navarro, compositora e musicista”, comenta Raquel.
As músicas, com exceção de Meu Grande Amor, foram gravadas na casa do Tiago (São Paulo) e todas foram editadas e masterizadas pelo Adonias Junior, do Estúdio Arsis (São Paulo). Ficha técnica completa aqui.
SOBRE RAQUEL LARA REZENDE
Aos 12 anos, Raquel Lara Rezende, teve a certeza de que seguiria pelo canto quando passou em primeiro lugar para ingressar no coral da Antártica, em Vespasiano (MG). Na música popular, começou cantando em bares de Viçosa, também em Minas Gerais, alguns anos depois. Na sequência, se conectou com a musicalidade do congado, através da comunidade de São José do Triunfo, onde realizou, junto ao grupo de pesquisa Gengibre, projetos de extensão e pesquisa. Também integrou o coral da Universidade Federal de Viçosa, onde estudou jornalismo. Mais tarde, morando em Juiz de Fora (MG), Raquel fez o curso de canto da Bituca – Universidade de Música Popular, do Grupo Ponto de Partida, em Barbacena (MG). Em 2017, se mudou para São Paulo (SP) onde tem vivenciado diferentes experiências, como o Laboratório de Canto Cigano, de Lucía Soledad, e os estudos sobre Terapia de Som.
Em 2018, produziu o espetáculo Canto das Águas, no Teatro Estelar, em São Paulo (SP). O show reuniu canções da apresentação realizada em 2015, resultado da pesquisa artística Espelho d ‘água que foi feita na cidade de Juiz de Fora. Também integrou o Abanã Orin, como cantora, em 2019, e criou, junto com os músicos Tiago Guimarães, Bruna do Prado, Gago Ferreira e Nathalie Magalhães, o grupo Samba de Reza. Atualmente, além dos estudos sobre Terapia de Som, se dedica às aulas de canto que ministra e prepara o lançamento do disco Consciência do Ser, em parceria com Tiago Guimarães.
SOBRE TIAGO GUIMARÃES
Nascido em São Paulo, o músico e compositor, Tiago Guimarães, teve seu primeiro contato com o universo musical aos doze anos, ao dar início aos estudos no violão e também fazendo as primeiras composições. Depois de se formar em Direito, e ficar um tempo afastado da música, iniciou os estudos no cavaquinho e retomou o ato de compor, no caso, sambas. Foi quando integrou o grupo Samba de Reza. Ao mesmo tempo, participou durante um breve período do coral da USP – Universidade de São Paulo, e fez o curso de Canto Cigano, facilitado pela Lucía Soledad, quando conheceu a Raquel. Reapaixonado pelos estudos na música, decidiu compor e idealizar um primeiro trabalho autoral que, em parceria com a Raquel Lara Rezende, culminou no álbum Consciência do Ser, a ser lançado em Março.