Ouvimos: “Breach” o novo álbum do Twenty One Pilots

Resenha de Breach novo álbum do Twenty One Pilots

O Twenty One Pilots lançou Breach, seu sétimo álbum de estúdio, de forma surpresa, já que todos seus trabalhos eram lançados aproximadamente a cada dois anos e seu trabalho anterior foi “Clancy” foi lançado em 2024. Breach é resolução de uma história fictícia que se tornou um símbolo atrativo para os fãs e é a peça final de um quebra-cabeça conceitual que engloba “Blurryface”, “Trench”, “Scaled and Icy” e “Clancy”. A banda construiu um universo rico em simbolismo, alter egos e narrativas sobre saúde mental, fé e a indústria musical.

Ao longo da saga, Tyler Joseph explorou suas próprias lutas com a ansiedade, a insegurança e a fé. É importante notar que o fim da narrativa não significa o fim da banda e sim o início de uma nova fase na vida do Duo de Ohio. 

Breach – Twenty One Pilots

Breach contém 13 faixas, 47 minutos e 28 segundos de duração, conta com a participação de Tyler Joseph (vocalista e instrumentista) e Josh Dun (baterista), com produção de Paul Meany e Mike Elizondo, entre outros. O lançamento foi acompanhado pelo pré-venda de edições em vinil e CD, com diversas variantes de cores para os vinis e formatos como digipak CD. O selo do disco é da Fueled By Ramen LLC presente também nos outros álbuns da banda.

Um ponto levantado por fãs e resenhistas que chamaram o álbum de “apressado” foi o período curto de lançamento entre “Clancy” (maio de 2024) e Breach (setembro de 2025). Os álbuns anteriores, como “Trench”, tiveram períodos de produção mais longos, muitas vezes com turnês extensas entre os lançamentos. “Scaled and Icy”, por sua vez, foi criado durante o período da pandemia, o que influenciou sua sonoridade e processo de produção. “Clancy” e “Breach” parecem ter sido desenvolvidos de forma mais coesa e com um foco em finalizar a narrativa.

Quem ganha são os fãs, mas não há pressa se o trabalho for bom. Na faixa inicial “City Walls” há uma mega produção que não é rápida para ser feita e estender uma história por tanto tempo pode ser cansativo para quem produz.

Em resumo, o lançamento de “Breach” um ano após “Clancy” não foi uma questão de “apressar” o trabalho, mas sim uma decisão estratégica e criativa para finalizar de forma impactante a longa narrativa conceitual que eles construíram ao longo dos anos.

Clancy e Breach 

Comparações nem sempre são justas e muitas vezes causam impactos tanto positivos quanto negativos. Clancy tem grandes falhas em sua construção e músicas que ficaram devendo em sua história, possui grandes canções, mas ainda sim não é o melhor álbum e nem se quer melhor que Breach.

Clancy do Twenty One Pilots recebeu uma resenha exclusiva pelo NEXP após seu lançamento. Confira aqui 

Breach apresenta uma sonoridade mais ligada ao Indie Rock, baixo presente nas músicas, hits mais intensos e pesados, se afastando do pop e dando mais espaço para sua originalidade inicial. Canções mais cativantes e encantadoras. Não supera Blurryface, pois é um dos melhores álbuns da cena indie, mas entrega sim uma proposta válida e é um bom álbum em resumo. 

“Hello Clancy. Hello Blurryface. Let’s finish this.”

Essa frase, divulgada nas redes sociais durante o anúncio do álbum, resume a intenção de amarrar todas as pontas soltas dos álbuns anteriores.

Considerações de Breach

A música “The Contract” foi o primeiro single que o Twenty One Pilots disponibilizou e seguiu até a audição do álbum como a melhor canção. Impactante é a palavra que define a faixa e é seguida da excelente “Garbage” e das empolgantes “One Way” e “Days Lie Dormant”. 

Em “Drum Show” o baterista Josh Dun canta um trecho da música e isso é inédito, é possível ouvir a voz dele em “One Way” também, pois John nunca teve uma participação assim em outras músicas. Já as faixas “Center Mass” e “Intentions” não são tão boas e ficaram abaixo da média.

Existem críticas construtivas e algumas exageradas sobre a mixagem e sonoridades que podem esconder os instrumentos, mas essa sempre foi a essência criativa de Tyler Joseph, talvez uma simples pesquisa no YouTube pode ver o artista ao vivo, criando sons com sua voz, público e instrumentos, juntando à músicas e remixando seu próprio trabalho. A banda usa isso como marca e isso foi bem explorado, mas se usaram demais? Essa dúvida precisa ser respondida por cada ouvinte e particularmente não é exagerada.

Devemos deixar um muito obrigado ao Twenty One Pilots até aqui, por tudo que entregou, pelo entretenimento, pelas músicas lindas, boas e até aquelas que não gostamos no início, mas depois nos conquistam, a banda tem esse poder, fazer você entender as coisas com outros olhos e mudar de conceito. O público fã mudou, uma geração mais nova, mais chata e que menospreza o rock clássico esteve presente nos shows recentes e o álbum Breach pode não agradar essas pessoas, mas quem acompanha Twenty One Pilots desde Vessel ou seu álbum homônimo, vai se encantar e sentir aquele frio na barriga após ouvir o disco completo. 

Melhor música: The Contract

Pior Música: Center Mass

Destaque: Garbage

Destaque instrumental: One Way

Classificação do álbum: 7/10

  1. City Walls 5️⃣
  2. RAWFEAR 6️⃣
  3. Drum Show 7️⃣
  4. Garbage 8️⃣
  5. The Contract 🔟
  6. Downstairs 6️⃣
  7. Robot Voices 6️⃣
  8. Center Mass 3️⃣
  9. Cottonwood 6️⃣
  10. One Way 9️⃣
  11. Days Lie Dormant 7️⃣
  12. Tally 7️⃣
  13. Intentions 4️⃣

Crítica Musical: Como avaliamos os álbuns? Entenda os critérios clicando aqui.

Resenha de Breach novo álbum do Twenty One Pilots
Josh Dun e Tyler Joseph divulgando Breach do Twenty One Pilots – foto: Twitter

Responsabilidade Social

O NEXP abre espaço para profissionais de comunicação e jornalistas independentes expressarem de forma livre, suas opiniões, não remunera seus colaboradores e também não cobra publicações. As opiniões aqui escritas, são de responsabilidades exclusivamentes de seus escritores, sendo o NEXP, isento de punições legais. 

NEXP

O NEXP é um site de Cultura Pop e Geek, focado no entretenimento com foco também em música, literatura e nas áreas independentes do jornalismo. Conta com um podcast com os mais variados convidados, 3 milhões de plays e episódios exclusivos. Para escutar nossos episódios, escolha seu agregador favorito de podcast e ouça grátis: iTunes/Apple | Amazon Music | Google Podcasts | Deezer |  Amazon Music e Breaker, Castbox, Pocket Casts, RadioPublic e no Spotify

Confira mais episódios em nossa página sobre o Podcast.

Siga o NEXP nas redes sociais 

@nexpbr no instagram e linkedin: clique aqui

Sobre Klaus Simões 483 artigos
Jornalista pela FIAM, Técnico em Comunicação Visual pela Etec de São Paulo, especialista em coberturas de eventos, esportivas e musicais, geek e alternativo. Responsável pelo NEXP Podcast.